quinta-feira, 7 de abril de 2022

 

A PRAGA DO ISMO

 

 

Muitas vezes eu cismo

Quase à beira do abismo.

Na inércia do meu imobilismo

Aguardando o infortunismo.

 

Invade-me um terrorismo

No casulo do meu mutismo.

Com meu foco no ilusicionismo

Procrastino o criacionismo.

 

Aí se forma o dualismo

Bem como o antagonismo,

Mesclado de cepticismo

E apegado ao dogmatismo

 

Não me surge o otimismo

Nem tampouco o animismo

Permaneço sem determinismo

No exílio do niilismo.

 

Convivendo com o egoísmo,

Na repetição do infantilismo,

Continuo no mesmismo

Preso ao potencialismo.

 

Na busca do romantismo

Perco-me no fanatismo.

No dissenso do simbolismo

Não me surge o sinergismo

 

Como peregrino do aporismo

Apego-me ao racionalismo,

Mas surge-me o casuísmo,

Aconchegando-me no comodismo.

 

No contexto do fugitismo

Busco algures o pragmatismo,

O que encontro é o pessimismo

E, às vezes, o obsoletismo.

 

De que adianta o egoísmo

Como fruto do narcisismo

Permanecendo no egocentrismo,

Eis aí a praga do ismo.

 

CAIXA PRETA - Roberto Lanza

13/10/2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário