A PRAGA DO ISMO
Muitas vezes eu cismo
Quase à beira do abismo.
Na inércia do meu imobilismo
Aguardando o infortunismo.
Invade-me um terrorismo
No casulo do meu mutismo.
Com meu foco no ilusicionismo
Procrastino o criacionismo.
Aí se forma o dualismo
Bem como o antagonismo,
Mesclado de cepticismo
E apegado ao dogmatismo
Não me surge o otimismo
Nem tampouco o animismo
Permaneço sem determinismo
No exílio do niilismo.
Convivendo com o egoísmo,
Na repetição do infantilismo,
Continuo no mesmismo
Preso ao potencialismo.
Na busca do romantismo
Perco-me no fanatismo.
No dissenso do simbolismo
Não me surge o sinergismo
Como peregrino do aporismo
Apego-me ao racionalismo,
Mas surge-me o casuísmo,
Aconchegando-me no comodismo.
No contexto do fugitismo
Busco algures o pragmatismo,
O que encontro é o pessimismo
E, às vezes, o obsoletismo.
De que adianta o egoísmo
Como fruto do narcisismo
Permanecendo no egocentrismo,
Eis aí a praga do ismo.
CAIXA PRETA - Roberto Lanza
13/10/2016
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