VIAGEM À DIAMANTINA
Era uma manhã de
sábado,
Viajando para Diamantina. Eu estava alegre e
predestinado Para uma aventura genuína. |
Eram bolhas aleatórias Deslocando-se no ambiente,
Lembrei-me de outras histórias Que me iludiram bastante. |
Era apenas um ignorante Na aporética da definição. Mas, algo me despertou
doravante, Livrando-me da minha
indignação. |
Admirava colinas verdejantes, Pés de coqueiros e de
bambuzais, Bem como veredas
fascinantes E outros fenômenos
naturais |
Na minha ingênua fantasia Ergui castelos de ilusões,
Como parte de uma
profecia, Para evitar quaisquer frustrações. |
Nesse processo de
reciclagem Em que nada dependia de
mim, Pois se trata de uma
passagem Que já foi, é e sempre
será assim. |
Havia no céu nuvens
também, Que couberam em minha mão, Em quantas nuvens não
cabem As alegrias de um só
coração |
Pedi Papai Noel felicidade E ainda não recebi o meu
presente. Certamente, sofre de
caducidade E eu o meu conflito
inconsciente. |
No contexto da modernidade O jovem leva muita vantagem, Com disciplina e
objetividade, Ele conquista a sua
aprendizagem |
Com todos alegres e
exultantes Tudo estava em paz e
harmonia. Os professores estavam
confiantes Quanto aos desafios da pedagogia |
Tornei-me adolescente e
estudante, Inclusive de música para
violão. Também fui moleque
bastante Para viver naquela
modernização. |
Quando se trata de atualidade, Exige uma difícil
desconstrução Daquela velha modernidade, Parecendo estar na contramão |
Havia coordenação competente Diante duma euforia confinada, Numa postura bem
condizente, A turma comportava-se
disciplinada. |
Em volta dos lagos
fascinantes, Eu passeava com o meu
violão. Cantava canções
inebriantes E a nostalgia em forma de
canção. |
Na região dos garimpeiros,
Numa paisagem antropofisada, Eu suponho terem sido
herdeiros, De uma real tentação
frustrada. |
Na parada Minha querida terra natal, Revivi lembranças boas Da minha história
original. |
Fiquei triste de repente Bastante alhures e
resignado Mesmo com a turma
presente, Toda alegre e feliz ao meu
lado |
Mas, o sol estava radiante Até que percebi a natureza, Apesar da alienação
constante, Apercebi-me com certeza |
Nasci como toda gente E como um bebê majestoso, Sei que fui muito
indigente, Mas num lar demais
virtuoso. |
Com a idéia fixa e
ruminante, Metabolizando minha
alienação Parecia uma coisa
ambulante, Buscando algures a
realização. |
Nessa singular
identificação, Com a biofilia em
evidência Abri as portas do meu
coração Descortinando nova
existência. |
Cresci com muito amor e
afeição Num lar simples e
indulgente. Como não existe a
perfeição, Fui pirracento e
onipotente |
Em cada parada
intermitente, Ocorriam criatividade e
provocação, Induzindo a minha
intimidade Para a realidade com convicção. |
Sei que houve uma proeza, Apreciar tanta beleza, Bendito seja a natureza Que nos traz paz e
singeleza |
Tornei-me uma pequena
criança Soltando bolinhas de
sabão, Não conhecia a
desesperança Nem tampouco desilusão. |
Avaliava rochas e
vegetações, No campo da geodiversidade Havia antigas
transformações, Mantendo o mistério da
eternidade. |
Não preciso ser brilhante, Nem tampouco importante, Basta-me viver feliz a
cada instante Juntamente com o meu semelhante |
ROBERTO LANZA
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