sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

CONFRATERNIZAÇÃO

Muita paz, alegrias e felicidades para todos neste Natal e Ano Novo.

Paz e serenidade são sentimentos e valores essenciais  que todos nos queremos. Mas lembremos-nos de que: "Não há caminho para a Paz. A Paz é o caminho" (Gandhi). Isto é tarefa de cada um cultivá-la dentro de si mesmo. 

CAIXA PRETA Roberto Lanza
22/12/2017

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Eu existo, logo sofro!

Ninguém se cura de ser Humano. O sofrimento faz parte da natureza humana de forma universal e inevitável. Todos nós somos promotores e portadores dos sintomas do sofrimento. Tanto a luta quanto a fuga só amentam o sofrimento. A saída é não identificar com ele e aprender a conviver com ele.

CAIXA PRETA Roberto Lanza
20/12/2017

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

O AQUI E O AGORA

Seja como o mar: Incansável na busca da onda mais perfeita até descobrir que a perfeição está na própria busca! Viva o aqui e agora. Sempre...

CAIXA PRETA - Roberto Lanza
18/12/2017

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

NEM QUE A VACA TUSSA

Apesar de o Brasil continuar sendo um país do futuro e gigante pela própria natureza tornou um país de propostas, sobrevivendo na base "respiração artificial", em razão da" miopia" dos governantes, especialmente do Congresso Nacional..


Podemos até sugerir que aquilo que era estatisticamente previsível,  tornou-se necessário tomar medidas corretivas urgentes para tornar-se "Brasil Novo", "Ideologia Novas". Trata-se de uma realidade pós-fatos, incontestável. Já está na hora de se sair dos obstáculos do fazer para os enigmas do saber.

Acontece que os obstáculos do fazer estão exatamente na derrubada de privilégios dos governantes em geral, incluindo-se Parlamentares. Perda de privilégio? "Nem que a vaca tussa"!




CAIXA PRETA Roberto Lanza
13/12/2017

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

SER PRESENÇA

Ser presença é ser comprometido, atuante, muito mais do que simplesmente estar ali. Ser presença é assumir o passado, questionar o hoje e dinamizar o futuro, abrindo caminhos. É encarnar-se.  Não é ser igual aos outros, mas descobrir a sua originalidade. Deus nos fez originais, nós lutamos em ser cópias.

É sair da mediocridade, do mais ou menos e comprometer-se radicalmente.

Presença é questão de vida. É questão de percepção. É ter coragem para se rever e aceitar o questionamento.

É ser transparência.
“ORAÇÃO AO RITMO DA VIDA”.
Padre N. Carloni

CAIXA PRETA  Roberto Lanza

13/12/2017

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

VIVER DA VIDA


Infeliz daquele que nega a sua própria história e não assume a responsabilidade pela sua própria vida. Jamais poderá sentar no trono da sua própria vida, para poder reiná-la.

Fatalmente estará condenado a viver da vida e não viver a vida. Estará sempre sob a égide do reino dos outros, atuando simplesmente como escravo. Não passa de um vir-a-ser, um projeto de existência. O resultado não pode ser outro senão a decepção e a tristeza, o tédio e a nostalgia do UM em vão prometido

Eu sou eu mesmo. É nisso que consiste e aí está a origem de toda sabedoria: em sabermos que sabemos, em pensar que pensamos, em captar-nos simultaneamente como sujeito e objeto de nossa experiência. Não se trata de fazer, uma reflexão auto-analítica, nem de pensar ou pesar nossa capacidade intelectual, nossas possibilidades e limitações. Isso seria o mesmo que partir a consciência em duas metades: uma observando e outra sendo observada. Não se trata de uma projeção do ego sobre o objeto, mas trata-se do sujeito e do objeto que se identificam. É uma coisa simples e possessiva. Sou eu que percebo, e o percebido também sou eu mesmo. É consciência que se dobra sobre si mesma. Eu sou eu mesmo.

Portanto, sou alguém singular, absoluto e inédito. Eis o mistério do homem. Depois da palavra Deus, o pronome pessoal “EU”  é a palavra mais sagrada do mundo. Eu sou um e único e os outros também.

Podemos até ter filhos. Tendo-os, reproduzimo-nos na espécie. Mas não podemos reproduzir na individualidade. Não posso repetir-me em meus filhos.


CAIXA PRETA Roberto Lanza

12/12/2017

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

ALMA GÊMEA

No mais íntimo do nosso SER, nutrimos a fantasia de que alguém vai nos completar, como se fosse "alma gêmea".
Na realidade, o que esperamos deste encontro? As artes, as músicas, os mitos, as lendas, etc. parecem que fundamentam e atestam tal condição. Somos realmente peregrinos na busca de algo intimamente relacionado com uma pessoa que fosse misteriosamente nossa. Na ilusão, buscamos a plenitude, para nos sentirmos completos e inteiros.
Infeliz daquele que ignora os riscos e as possibilidade de encontrar pela vida alguém, acreditando que haverá plenitude desse encontro. Haverá sim um encontro, mas será de duas faltas. A sua e a do outro. Se não for percebido isso o perigo é maior que da ilusão e vem logo a desilusão..
Estar inteiro é assumir-se como ser humano saudavelmente independente. Seja, portanto, um ser inteiro antes de ser apenas a metade de um casal. Eu gosto de dizer que casado é feito de dois inteiros e não de duas metades. Somente um ser inteiro pode dizer que ama e é amado. Por que ser apenas metade se você é um individuo e seu parceiro (a) também é outro?
Afinal, querer satisfação plena todo mundo quer. Mas abrir mão de si pelo outro é impossível e pouco recomendável. O justo seria tentar ser fiel ao próprio desejo, mas deixando de ter certo cuidado com a forma de lidar com isso. Afinal orientar por uma ética mais solidária talvez seja a saída. Tentar levar as coisas de tal modo que, sendo fieis ao próprio desejo, não esqueçamos de que o outro existe e que esta alteridade deve ser considerada. Isso é difícil, mas não impossível. Afinal, que graça teria se na vida fosse tudo muito fácil?
É difícil ao homem enfrentar-se e encontrar-se a si mesmo. Avido de exterioridade, sua avidez o conduz ao Vazio. E, fugindo ele de si mesmo encontra-se com a tortura da imensidão de coisas que se abrangem nos sentido”. (Da Ordem 2,10,30).
E ainda:
“Por que se dispersa fora? Começou a entregar seu coração ao exterior e perdeu-se a si mesmo. Quando o homem, por amor a si mesmo, entrega seu coração às coisas de fora, perde-se na fluidez dessas coisas e, de certo modo, dissipa prodigamente suas forças. Esvazia-se de si. Despedaça-se”. (Sermões 96,2)
Como podemos entender tais pensamentos filosóficos?
“Ao Ego, será sempre impossível a plenitude! Como “filho legítimo” da Grande Separação, do surgimento do “eu separado”, do Adão (que vem do Sânscrito: adhi – aham – “primeiro eu”), sempre lhe faltara algo – pois ele sofre a perda da identidade com o todo, desde que se diferenciou dessa matriz primordial, ontológica, representada inicialmente no psiquismo individual pelo útero materno e, logo após, pela relação simbiótica e edipiana com a figura materna. E em busca desse Algo ele tece desde o nascimento uma teia de incontáveis desejos na esperança inconsciente de sustentar-se sobre o imenso vazio existencial, num desespero inaudível de busca de sobrevivência e auto justificativa para o devir dessa existência.
Ele (o ego) se esforça laboriosamente através da vigília e do sono para satisfazer a cada um dos seus desejos, ora justificando-os como instintos naturais e intransponíveis, ora vestindo-os em trajes mais nobres, como algum bem social  moral, cientifico ou até mesmo espiritual”.(Professor Afonso Celso L. Wanderley.)
Por outro lado, existe uma espécie de lei inscrita em cada ser: na qual ele é feito para a alegria e não para o sofrimento. Viver é uma miscelânea de sentimentos, como dores, alegrias, tristezas, prazeres, euforia, amor, felicidade, sem parâmetros de balizamento. Nada disso é coletivo (é pessoal) e nem sequer transferível. Daí a felicidade tornar-se um episódio transitório e repetitivo.
Para grande maioria das pessoas, a vida é um processo de gozar o possível do corpo, reservando-se para a luz da fé as ocasiões de sofrimento inadiáveis. Nossa verdadeira natureza é a paz; a verdade; o amor; a felicidade;... São as crenças cegas que fazem nossa vidas infelizes.
Neste sentido, vejamos o que diz o poeta Vicente de Carvalho (1866-1924) em seu Poema Velho Tema, no qual ele exprime essa arrigada condição humana: a incapacidade de sermos felizes por não valorizarmos o que a vida nos oferece.  

Só a leve esperança, em toda vida,
Disfarça a pena de viver, mais nada.
Nem é mais a existência, resumida.
Que uma grande esperança malograda
.
O eterno sonho da alma desterrada,
Sonho que a traz ansioa e embevecida,
È uma hora feliz, sempre adiada
E que não chega nunca em toda vida

Essa felicidade que supomos,
Arvore milagrosa que sonhamos,
Toda arreada de dourados pomos,

Existe, sim: mas nós não a alcançamos
Porque está sempre apenas onde a pomos
E nunca a pomos onde estamos.

Felicidade, árvore frondosa de dourados pomos. Existe, sim, mas nós nunca a encontramos porque ela está sempre apenas onde nós a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos.
CAIXA PRETA - Roberto Lanza

quinta-feira, 16 de novembro de 2017


HORIZONTE DA INCOMPLETUDE
 
 Assim dizia o filósofo (desconhecido):

“Vemos as coisas tal como se afiguram à nossa cabeça. Portanto, precisamos conhecer a nossa cabeça”.

No âmago do ser humano há uma fonte que nutre a fantasia de que em algum lugar alguém está nos esperando sem nem saber que a gente existe e, no entanto, pensando em nós com se fôssemos “almas gêmeas”.

Na realidade, o que esperamos deste encontro? As artes, as músicas, os mitos, as lendas, etc. parecem que vêm atestando tal condição, de forma metafórica Somos realmente peregrinos na busca de algo intimamente relacionado com a plenitude, para nos sentirmos completos e inteiros.

Infeliz daquele que ignora os riscos e as possibilidade de encontrar pela vida alguém, acreditando que haverá plenitude desse encontro. Haverá sim um encontro, mas será de duas faltas. A sua e a do outro. Se não for percebido isso o perigo é maior que da ilusão e vem logo a desilusão..

Estar inteiro é assumir-se como ser humano saudavelmente independente. Seja, portanto, um ser inteiro antes de ser apenas a metade de um casal. Eu gosto de dizer que casado é feito de dois inteiros e não de duas metades. Somente um ser inteiro pode dizer que ama e é amado. Por que ser apenas metade se você é um individuo e seu parceiro (a) também é outro? Se Deus nos fez originais, por que insistirmos em sermos cópias?

Afinal, querer satisfação plena todo mundo quer. Mas abrir mão de si pelo outro é impossível e pouco recomendável. O justo seria tentar ser fiel ao próprio desejo, mas deixando de ter certo cuidado com a forma de lidar com isso. Afinal orientar por uma ética mais solidária talvez seja a saída. Tentar levar as coisas de tal modo que, sendo fieis ao próprio desejo, não esqueçamos que o outro existe e que esta alteridade deve ser considerada. Isso é difícil, mas não impossível. Afinal, que graça teria se na vida fosse tudo muito fácil?

“É difícil ao homem enfrentar-se e encontrar-se a si mesmo. Ávido de exterioridade, sua avidez o conduz ao Vazio. E, fugindo ele de si mesmo encontra-se com a tortura da imensidão de coisas que se abrangem nos sentido”. (Da Ordem 2,10,30).
 
E ainda:

“Por que se dispersa fora? Começou a entregar seu coração ao exterior e perdeu-se a si mesmo. Quando o homem, por amor a si mesmo, entrega seu coração às coisas de fora, perde-se na fluidez dessas coisas e, de certo modo, dissipa prodigamente suas forças. Esvazia-se de si. Despedaça-se”. (Sermões 96,2)

Como podemos entender tais pensamentos filosóficos?

“Ao Ego, será sempre impossível a plenitude! Como “filho legítimo” da Grande Separação, do surgimento do “eu separado”, do Adão (que vem do Sânscrito: adhi – aham – “primeiro eu”), sempre lhe faltara algo – pois ele sofre a perda da identidade com o todo, desde que se diferenciou dessa matriz primordial, ontológica, representada inicialmente no psiquismo individual pelo útero materno e, logo após, pela relação simbiótica e edipiana com a figura materna. E em busca desse Algo ele tece desde o nascimento uma teia de incontáveis desejos na esperança inconsciente de sustentar-se sobre o imenso vazio existencial, num desespero inaudível de busca de sobrevivência e auto justificativa para o devir dessa existência.

Ele (o ego) se esforça laboriosamente através da vigília e do sono para satisfazer a cada um dos seus desejos, ora justificando-os como instintos naturais e intransponíveis, ora vestindo-os em trajes mais nobres, como algum bem social  moral, cientifico ou até mesmo espiritual”. (Professor Afonso Celso L. Wanderley).

Por outro lado, existe uma espécie de lei inscrita em cada ser: na qual ele é feito para a alegria e não para o sofrimento. Viver é uma miscelânea de sentimentos, como dores, alegrias, tristezas, prazeres, euforias, amores, felicidades, tudo sem parâmetros de balizamento. Nada disso é coletivo (é pessoal) e nem sequer transferível. Daí a felicidade tornar-se um episódio transitório e repetitivo.

Para grande maioria das pessoas, a vida é um processo de gozar o possível do corpo, reservando-se para a luz da fé as ocasiões de sofrimento inadiáveis. Nossa verdadeira natureza é a paz; a verdade; o amor; a felicidade;... São as crenças cegas que fazem nossa vida infeliz.
 
Neste sentido, vejamos o que diz o poeta Vicente de Carvalho (1866-1924) em seu Poema Velho Tema, no qual ele exprime essa arrigada condição humana: a incapacidade de sermos felizes por não valorizarmos o que a vida nos oferece.  
 
           Só a leve esperança, em toda vida,
           Disfarça a pena de viver, mais nada.
           Nem é mais a existência, resumida.
           Que uma grande esperança malograda
 
           O eterno sonho da alma desterrada,
           Sonho que a traz ansiosa e embevecida,
           È uma hora feliz, sempre adiada
           E que não chega nunca em toda vida
 
           Essa felicidade que supomos,
           Arvore milagrosa que sonhamos,
           Toda arreada de dourados pomos,
           Existe, sim: mas nós não a alcançamos
           Porque está sempre apenas onde a pomos
           E nunca a pomos onde estamos.

           Felicidade, árvore frondosa de dourados pomos. Existe, sim, mas nós nunca a encontramos porque ela está sempre apenas onde nós a pomos, e nunca a pomos onde nós estamos.

CAIXA PRETA Roberto Lanza
 

 

 

A LÓGICA DO VAZIO VAZIO


O atual Governo e, em especial, o Congresso Nacional  diante de tanta avidez de possessividade (reeleição a qualquer preço) e de tantas ações para benesses corporativistas, em detrimento de benefícios sociais, acaba desembocando na lógica do vazio. Todos os corporativismos dentro de qualquer corporação resultam na soma dos zeros. Melhor dizendo, nada contribuem para a corporação. Pelo contrário, quando em excesso, tornam-se um discurso vazio, sem conteúdo, emitido por cada membro de obscura autoridade, cuja postura cada vez mais negativa, que, quanto mais se expressa, menor é a  sua credibilidade. O que está faltando é o cooperativismo.

As palavras dos profetas, desde a Antiga Grécia, eram cheias de verdade, eram palavras plenas em sintonia com as condições de enunciação como signos e não apenas pelo seu sentido manifesto, para que ao serem decifrados para outro sentido, pudesse emergir em intermináveis decifrações positivas

Daí “o efeito bolha”. Aqueles políticos que agem como os profetas da antiguidade merecem permanecer dentro do aquário. Em contrapartida, aqueles de menor densidade política e que adotam o discurso das aparências, subirão para a tona, tornando transparente sua verdadeira intensão.  Mas, a natural força de empuxo da sabedoria popular percebe tudo, As palavras que nada exprimem tornam-se cada vez mais evidente o primado do narcisismo do protagonista.

Nós os brasileiros que temos orgulho desta Nação, muito temos a agradecer ao Exmo. Dr. Sérgio Moro da Justiça Federal de Curitiba, à Policia Federal e ao Exmo. Procurador Geral da República, os quais vêm descortinando o véu da verdade.


CAIXA PRETA Roberto Lanza.
16/11/2017

CREDIBILIDADE









Você acredita no atual Congresso Nacional?

Quem tem que responder tal questão é o humano que come; que bebe; que chora; que ri; que sofre; que tolera; etc... Mas, que também é eleitor!

CAIXA PRETA – Roberto Lanza

15/11/2017

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

O ENGODO DO IMAGINÁRIO


ENGODO DO IMAGINÁRIO

Quando o homem nasce é lançado fora de uma situação que era definida, tão definida quanto os instintos, para uma situação indefinida, incerta e exposta. Somente há certeza com relação ao passado – e, quanto ao futuro, apenas com relação à morte. O homem é dotado de razão: é a vida consciente de si mesma: tem consciência de si mesmo como entidade separada, a consciência do seu curto período de vida, do fato de haver nascido sem ser por vontade própria e de ter de morrer contra sua vontade.

Essencial na existência do homem é o fato de que ele emergiu do reino animal, da adaptação instintiva, transcendeu a natureza – embora sem nunca a deixar; é parte dela – e, contudo, uma vez desviado da natureza e expulso do paraíso– estado da unidade original com a natureza não pode mais voltar a ela.

O homem só pode ir à frente desenvolvendo sua razão, encontrando uma nova harmonia, que seja humana, em lugar da harmonia pré-humana irrecuperavelmente perdida.

A natureza é completamente indiferente à sobrevivência dos seres vivo. Ela é potencialmente providencial. Cada ser vivo deve por si só promover a sua sobrevivência. È evidente que existe um princípio inteligente que atua em favor da vida. A não-indiferença representa o início do "importar-se", o reconhecimento da imagem do outro, a importância de alguém que ocupa espaço físico, temporal, que faz diferença!

Porém, é importante fazer uma distinção: enquanto as coisas são, os valores Não são, mas valem! Quando dizemos de algo vale, não dizemos nada do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. A não-indiferença constitui esta variedade ontológica que contrapõe o valor ao ser. Assim, a não indiferença é a essência do valor.

 No caso do ser humano o “princípio da não-indiferençasignifica que não permanecemos indiferentes diante dos seres que constituem o nosso mundo familiar. Eis aí o embrião da fantasia da separatividade, pois constantemente atribuímos a eles valores bipolarizados: belo e feio, bom e mau, divino e profano, verdadeiro e falso, generoso e cínico e assim por diante, construídos pelo registro do imaginário e do engodo.  

“Não há possibilidade de sobrevivência sem o todo, sem o uno. Conviver com a dualidade em uma condição de vida ou morte. Se a mente se caracteriza por ser dual, por separar, dividir, confrontar, julgar, destacar, essa mesma mente jamais poderá apreender a realidade se esta for molar, global, una ou se pelo menos for ”não dual”. Sendo a mente dual, e sendo a dialética um processo puramente mental e que consiste em analisar ou procurar apreender a realidade através da mente, a própria dialética está condenada, pela natureza do instrumento mental que escolheu a oscilar constantemente entre um homogêneo e um heterogêneo, impossíveis de absolutizar pelo fato de o próprio instrumento, autor desta oposição, ser, ele mesmo, feito de energia”. (WEIL, Pierre. As Fronteiras da Evolução e da Morte, Editora Vozes -1990. 4ª Edição, pág. 29)


CAIXA PRETA – Roberto Lanza

15/11/2017
                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

CONGRESSO NACIONAL

Pode ser mera coincidência, mas existe muita semelhança na atuação dos Parlamentares na votação da Reforma Política com a história contada por Paulo Coelho há vários anos atrás::

TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM  E NINGUÉM


´´L. Barbosa conta uma curiosa história sobre quatro pessoas: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém.

Havia um importante trabalho a ser feito, mas Todo Mundo tinha certeza que Alguém o faria.

Qualquer Um podia tê-lo feito, mas Ninguém o fez.

Alguém se zangou, porque achava que era um trabalho para Todo Mundo.

Todo Mundo pensou que Qualquer Um podia resolver o assunto, mas Ninguém  imaginou que Todo Mundo deixasse de fazê-lo.

No final, Todo Mundo culpou Alguém, quando Ninguém fez o trabalho que Qualquer Um podia ter feito.``


Eu pessoalmente ando muito confuso em quem votar nas próximas eleições. Acredito que os eleitores brasileiros também andam muito confusos,

CAIXA PRETA - Roberto Lanza (BLOGGER)
20/092017

terça-feira, 19 de setembro de 2017

OBSCURA AUTORIDADE

OBSCURA AUTORIDADE

A natureza é com certeza providencial, mas completamente indiferente à sobrevivência dos seres vivos. Cada ser vivo deve por si só promover a sua sobrevivência. A não-indiferença representa o início do "importar-se", o reconhecimento da imagem do outro, a importância de alguém que ocupa espaço físico, temporal, que faz diferença! 
Porém, é importante fazer uma distinção: enquanto as coisas são, os valores valem. Parafraseando Garcia Morente, podemos dizer que "os valores não são, mas valem. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nado do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. A não-indiferença constitui esta variedade ontológica que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a essência do valor".
Distinção entre juízos de realidade e juízos de valor. Os primeiros, enquanto constatação da realidade (ex.: isto é uma mesa) e os últimos, enquanto qualidade do conteúdo, podendo ser atrativa ou repulsiva, boa ou má e assim por diante.
No caso do ser humano o princípio da “não-indiferença é a essência do valer". Isso significa que não permanecemos indiferentes diante dos seres que constituem o nosso mundo familiar, pois constantemente atribuímos a eles valores bipolarizados: bom e mau, verdadeiro e falso, belo e feio, generoso e mesquinho, sublime e ridículo, e assim por diante.
Já no caso do ser humano o “principio da não-indiferença” já inicia até mesmo antes do Bebê nascer. Geralmente, há um ambiente  organizado para recebê-lo De fato, o ser humano faz parte de uma estrutura, uma vez que ninguém chega num vazio. Em relação aos pais, à família, à cultura, já existe certo lugar reservado para a criança que ainda não nasceu ela já tem o seu lugar marcado. Isso significa que a vida de um indivíduo tem suas determinações fora dele, determinações anteriores e fora dele, diferentemente dos animais. 
A essa estrutura na qual todo ser humano se insere, a essa estrutura externa ao sujeito e que o determina, é chamada pela psicanálise de Outro (Grande outro). Podemos, então, supor que surgirá o marco inicial do sentimento de apego e, em contra partida, a aquisição de um adimensional sentimento de auto-despossessão.
Destarte, nós seres humanos vivemos inseridos num mundo “estrangeiro” onde tudo que não sou eu é outro e tudo que não é meu é do outro. E mais, eu sou o outro do meu próximo e vice-versa. Tudo isso resulta numa obscura autoridade, repleta de crenças, de arquétipos, de egrégoras, religiões, mitos, lenda, fadas, etc. Nosso inconsciente anda repleto de falas, sugestões, opiniões dos outros. O que significa dizer que nossa mente (inconsciente) é estruturada como o discurso do Outro.
Torna-se importante entender que esse Outro não é uma pessoa, mas uma estrutura externa que gradativamente inscrever-se-á na estrutura psíquica do indivíduo. 
Assim, o sujeito, por definição, está determinado desde fora dele, e o Outro deve ser pensado como uma referência que são os parâmetros da vida desse sujeito, o que ele é.
Daí a pergunta: Que outro é esse que não sou eu ao qual sou mais apegado? Portanto, é importante salientar que o humano se trata de um ser de existência alienada, num desconhecimento crônico de si mesmo. Implica que o sujeito não sabe quem ele é. E, ainda: falta-lhe a inconsciência animal para poder viver em paz consigo mesmo e com a indiferença da natureza.
Significa que a diferença dos demais é que atribui valor a alguma coisa. Por exemplo, você ser diferente dos demais estudantes, é o que lhe dará valor, agora, se o valor é bom ou ruim aí é com você, ou com o que se está lidando.
O que é ser indiferente? É ser comum, qualquer, igual a todos. Quando é citado o "não", todos esses conceitos são invertidos. Reescrevendo, com o mesmo sentido, temos: "A diferença é a essência do valer". Significa que "O valer à pena" é marcado pela diferença. Ex: Para valer a pena, mostre o seu diferencial. Afinal, quem não quer ser reconhecido? Quem não quer ser distinguido?


CAIXA PRETA  Roberto Lanza

19/09/2017