segunda-feira, 4 de maio de 2015

NOSTALGIA DA VARIEDADE PERDIDA.

Pela nossa estruturação psíquica, somos condenados a sermos livres para escolher o que queremos e, ao mesmo tempo, condenados à recorrentes. O que significa isto? Vejamos o que disse Freud:
            “Sempre comi quando tive fome. Vivi solidão confortavelmente. 
E, duas ou três vezes na vida, encontrei uma pessoa que quase me compreendeu”. 
Oh  tragédia da “vida aos bocados”, que nos condena à recorrente!”.

Um simples exemplo de recorrência na vida cotidiana, de todas as pessoas. A todo momento ,existe uma imensidão de pessoas fazendo compras em estabelecimentos comerciais. Qualquer pessoa para efetivar a compra de mercadorias, diante do caixa, a aritmética tem que estar presente, como um grau de recurso absoluto. No campo jurídico, o ato lícito também tem que estar presente. É muito comum na área jurídica falar-se em recursos, numa espécie de jogo "perde/ganha", "tentativas/erros", dependente das instâncias jurídicas. Na nossa mente também existem instâncias psíquicas que são ambíguas e contraditórias, dependentes das crenças/valores de cada pessoa. 

No campo afetivo tudo é mais complexo e atuante de forma imperiosa e autônoma, sem nosso conhecimento. Estamos sempre recorrendo às nossas experiencias vivenciais do passado. Diante dos estímulos externos, as nossas reações são condicionadas pela a nossa história de vida pessoal e principalmente pelo nosso sistema de crenças/ valores.

Segundo Freud: "O adulto nada mais é do que o filho da criança que foi [...] O nosso passado está sempre atualizado no presente. Há sempre uma retroalimentação permanente". O que significa dizer porque somos condenados à recorrente. 

Somos também seres livres para realizar nossas escolhas. Toda escolha implica numa perda, porque aquilo que foi escolhido pode ser uma recusa ou perda daquilo que não foi escolhido. Fazer uma escolha é uma tomada de decisão (de-cisão), o que quer dizer que toda escolha implica numa cisão.Assim disse um Filósofo: " O diabo é que entre 100 escolhas só posso fazer uma e as outras 99 ficam me perturbando". Neste sentido, há uma espécie de sensação de vazio semelhante à uma "nostalgia de variedade perdida". 

CAIXA PRETA Roberto Lanza
04/052015


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