domingo, 3 de maio de 2015

NÃO HÁ COMPLETUDE. EXISTE PARTILHA.

“Para viver à dois, antes, é necessário ser um.”
Fernando Pessoa

Segundo Aristófanes, dramaturgo grego (c.447 a.C. – c.385 a.C.), antigamente éramos seres andróginos e completos e fomos separados em duas pessoas, por Zeus em um de seus ataques de ira. Desde o dia em que fomos partidos em dois, procuramos a nossa “outra metade”.

Infelizmente, muitas pessoas ainda hoje veem num relacionamento a promessa de se tornarem “completas”. Nada mais equivocado do que esta ideia.

Não precisamos do outro para sermos completos, porque já somos completos. Trazemos dentro de nós tudo o que precisamos para viver. O outro deveria vir para COMPLEMENTAR e não para COMPLETAR. Deveríamos nos ver como seres inteiros buscando outros seres inteiros para juntos sermos melhores e mais fortes.

Enquanto tivermos esta ideia de metade, sempre procuraremos fora de nós as respostas que estão dentro de nós, sempre viveremos nos apoiando, nos escorando nos outros, dependendo de opiniões e manifestações de afeto e nunca conseguiremos estar verdadeiramente conosco pois sempre teremos um buraco dentro de nós e, os momentos que estivermos sós, terão gosto de vazio, de solidão.


Precisamos aprender a nos dar amor, atenção, cuidado, respeito, admiração, etc., pois se não fizermos isso, ficaremos esperando que o outro adivinhe, por iluminação divina, o que queremos e o que precisamos. Estaremos sempre cobrando das pessoas que estão conosco mais do que elas podem dar e estaremos sempre “quebrando a cara”, sempre nos decepcionando, até o dia em que passaremos a dizer que “não temos sorte no amor”.


Sorte ou Azar não existem dentro de um relacionamento. Existe maturidade afetiva, inteligência emocional, auto-estima e bom senso. É isto que vai fazer um relacionamento dar certo ou não.


Vale ressaltar, quando digo “dar certo”, eu não estou falando de um relacionamento que dure toda a vida (mesmo porque às vezes as pessoas arrastam um relacionamento que já acabou pela vida toda!) e sim de uma relação que valha a pena viver, independente de seu tempo de duração.


Transcrição do artigo original de: Dora Guiseline – 2006-2010. www.revolucione.com.br.   


CAIXA PRETA Roberto Lanza

03/05/2015

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