quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

HORIZONTE DA INCOMPLETUDE

Pintura de ROBERTO LANZA 

Será que há alguém que se julga um ser completo, acabado e pleno?  Então ele já pode morrer em paz! Seu lugar está no final da ponte acima na expectativa de uma "esperança milagrosa".. Todos querem o céu, mas ninguém quer morrer e nem sequer plantar o jardim para colher flores. 

Pelo senso comum:
“Beco sem saída só existe para quem não aprendeu a olhar para dentro de si mesmo”.
“De nada adianta quebrar a parede com a cabeça e sair na cela do vizinho. A saída será sempre pelo teto”.

A ilusão de completude é fator determinante para sermos um peregrino em busca do nosso complemento, uma vez que somos seres de falta. Segundo a Psicanálise, a falta é estrutural e constante em nossa vida psíquica. Isto significa que portamos certa medida de ausência de algo que atesta a nossa condição de imensa procura por algo não encontrável. Todos buscam incessantemente na vida uma realidade que os possa completar.

Acontece que o que o homem busca não é encontrável, porque não existe no mundo real, pois se trata de uma falta do próprio ser. O agravamento está exatamente no fato de se buscar a completude em fontes erradas no mundo exterior, num contingente abundante de prazeres, posses, dinheiro, amores, etc. Tudo isso tornará a nossa incompletude cada vez maior, dentro de um ciclo vicioso, cada vez mais frustrante.

As ilusões sequestram a nossa realidade e a coloca fora de nós mesmos. Segundo a Filosofa Marilene Chauí: “vivemos a esperança milagrosa de felicidade. Da felicidade que existe, sim, mas que não alcançamos porque nunca a pomos onde nós estamos, embora esteja sempre apenas onde a pomos”.
CAIXA PRETA
29/01/2015



segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

SOFRIMENTO E PAZ


As características peculiares da espécie humana são tributárias da ordem simbólica, constituinte da cultura, na qual o homem se encontra radicalmente inserido. Da mesma forma que o peixe é o último a perceber a existência da água o homem, de modo geral, é alienado na linguagem, num desconhecimento crônico de si mesmo.

A sombra do sofrimento é pão que nunca falta na mesa do humano, exatamente porque ele não sabe quem ele é.
Tanto o corpo como o mapa mental de cada indivíduo (um-dividido) é escrito pela linguagem. Como disse Lacan: “a letra mata a coisa e coloca em seu lugar o símbolo”. Assim, a anatomia do corpo, da mente, da diversidade de coisas e de fenômenos do mundo exterior, ao serem nomeados, transforma-se em conhecimentos e escrituras.

Somos, portanto, seres históricos e simbólicos. De acordo com os linguistas, a função da linguagem é reproduzir a realidade, sendo que o termo reprodução deve ser entendido, literalmente, como produzir novamente. Assim sendo: a cada fala as coisas e os acontecimentos são recriados pela linguagem. Como não há pensamento e nem objetos do mundo sem a linguagem, tudo parece ser criado ou recriado num contexto de temporalidade.

A capacidade que o homem possui de estabelecer uma relação entre o real e o signo, este último deve ser entendido como um representante do real, conhecido como significação, o mundo passa a ter significado. Tudo aquilo que é, por natureza, indiferente para todos os outros seres vivos, torna-se significativo para a humanidade.

Vejamos o que diz o apólogo chinês:

Disse um amigo ao outro, sobre a ponte:
“Olha como os peixes estão alegres no rio”.

O outro replicou:
“Como é que tu, que não és peixe,
sabes que os peixes estão alegres no rio?”

O primeiro respondeu:
“Por minha alegria em cima da ponte”.  

CAIXA PRETA
26/01/2015
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domingo, 25 de janeiro de 2015

JUVENILIZAÇÃO


Gostaria de induzir ao leitor deste Blog, que se interessar, uma reflexão sobre determinados fenômenos que se manifestam frequentemente na nossa vida cotidiana e, no entanto, não os percebemos com clarividência, a ponto de sermos capazes de discernimento da realidade e de fazemos escolhas assertivas..  

Trata-se do prolongamento do nosso período juvenil, que amplia a nossa capacidade de aprendizagem e a nossa capacidade lúdica, conhecido cientificamente como juvenilização ou neotenia.

"Neotenia é o processo evolutivo do qual resulta, nos seres humanos, uma capacidade de aprendizagem que se prolonga por toda a vida. Traduz uma falta de acabamento que prolonga o período de infância e de adolescência e permite o desenvolvimento da inteligência. Exprime também uma enorme flexibilidade do nosso patrimônio genético, que nos torna abertos às influências culturais e ambientais. À letra, neotenia significa manter a juventude".
(EDGAR MORIN, autor do livro O Paradigma Perdido)

Além do livre arbítrio possuímos também o denominado
Fator de Espontaneidade (FE) que é a capacidade do indivíduo de dar respostas adequadas a situações novas ou respostas adequadas a situações antigas. Quando o fator FE está bem desenvolvido, o indivíduo apresenta maior número de respostas adaptativas e criativas. Criar coisas o estimula. Essa criação tende a ser organizada e fichada. Assim são importantes os atos criadores e a espontaneidade.

Ambos os conceitos acima estão intimamente relacionados de forma necessária. É uma relação interessante de se analisar: a espécie humana, que desenvolveu a segunda natureza dentro de um cenário imaginário tão real  e capaz de manipulá-la com muita habilidade e artifícios. Isso muito contribuiu  para o prolongando do seu período juvenil. Mas, e a maturidade? E o racional? Ai a solução para este dilema da humanidade “é mais uma vez o bom-senso”.

E aí está a chave da sobrevivência humana: quem sabe lidar com esta capacidade de aprendizagem expandida, consegue se adaptar MAIS fácil a todos os processos sociais. Isso acontece, porque se mantém a criatividade juvenil, junto com a ousadia, a falta de medo, a leveza, a leviandade e a capacidade de lidar com o novo.

Consequentemente você pode se perguntar: mas o medo não é algo importante? Afinal, experienciar esta sensação de alerta é dar valor a cada minuto da vida e considerar MUITO todas as lições do cotidiano.

É saber agradecer por cada novo dia, por cada momento novo e por cada novo sonho”. Pois bem, esta é uma pergunta bem interessante! A ousadia, a leveza e a leviandade, própria da juvenilização, implicam necessariamente na quebra da barreira do distanciamento.

Com isso, toda sociedade deve assim encontrar o limite entre o medo e a ousadia. É ter sensibilidade de ouvir os próprios limites e fazer aquilo que se julga o melhor. Nunca esquecendo, é claro de que: Quanto mais juvenilização, menos medo. E, quanto mais medo, mais timidez, menos coragem e menos criatividade”.
(MARTHA MEDEIROS
~Escritora, Poetiza, Jornalista – Jornal Zero Hora de Porto Alegre/RS).

CAIXA PRETA

25/01/2015

domingo, 18 de janeiro de 2015

PARA SABER


De acordo com os estudos de Lacan::
“‘Tudo que vem à luz pelo simbólico perde-se no saber. Mas, tudo que não vem à luz pelo simbólico retorna no sintoma”.
O saber está em constante devir. Para que não pereça, temos que alimentá-lo. Como? Apreciando e valorizando os grandes feitos que o homem já realizou; sentindo curiosidade pelo desconhecido;  tomando consciência de que o muito que o homem já conhece é muito pouco comparado com as infinitas possibilidades de conhecimentos.
Vejamos ainda, entre muitas outras coisas, como o meio em que vivemos nos influencia bastante:
·        Tudo que não é você é outro.
·        Tudo que não é seu é do outro.
Nós humanos possuímos registros profundamente enraizados em nossos corações, que precisam ser revelados para viabilização do processo de edificação de nossa vida,
Nada está irremediavelmente perdido, tudo está irrevogavelmente inscrito e selado. Os registros sejam hereditários, filogenéticos, ontogenéticos, culturais, etc., são soberanamente singulares á cada pessoa, inscritos de forma codificada, constituindo-se num enigma a ser decifrado. O percurso de decodificação é longo, árduo e sinuoso, não havendo qualquer receituário prévio e nem um método de ouro que valha para todos.
O ser humano está constantemente fazendo opção diante da massa de potencialidades presentes; quais delas serão condenadas a não ser, e quais serão concretizadas? Qual opção se tornará realidade de uma vez para sempre, imortal?  A todo e qualquer momento, a pessoa precisa se decidir, para o bem ou para o mal, qual será o momento de sua existência?
A liberdade é um dom pessoal que coloca cada um na abertura da escolha do seu próprio destino. A libertação não é simplesmente uma dádiva divina, trata-se de uma penosa conquista humana. O mundo não é dado como consumado, mas um constante afazer... Só os livres acham seu lugar nestas mudanças, a maioria apenas se acomoda.       
CAIXA PRETA,

17/01/2015.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

O PODER DA PALAVRA

A linguagem, na época em que vivemos, era da tecnologia de ponta, está a serviço da  imagem e é por ela sustentada. O predomínio da imagem sobre a palavra não poderia ocorrer sem a explosão da técnica que passou a ocupar todos os recantos da vida cotidiana. O seu símbolo é o “outdoor”, máximo de exposição no mínimo de espessura. A era da técnica sustenta-se no seu descomunal sucesso.            
A tecnologia é vista como o bem mais precioso. Sem o qual a vida de uma nação pode perigar. A devoção ao culto do imaginário, diante da televisão ou computador, torna o homem exilado da palavra, portanto da impossibilidade da simbolização que viabiliza o verdadeiro sentido de vida.
Por outro lado, em sociedade de consumo, vivemos hoje em uma espécie de evidência do consumo e da abundância, criada pela multiplicação de objetos, na qual os homens da opulência não se cercam mais de outros homens e sim de objetos (Tv´s, carros, computadores, telefones...). Suas relações sociais não estão centradas com outros homens, mas na recepção e manipulação de bens e mensagens. Essa deterioração dos laços sociais e o empuxo ao prazer solitário só estimulam a ilusão da completude não mais com um par, mas com parceiro conectável ao alcance da mão. O resultado não pode ser outro senão a decepção e a tristeza, o tédio e a nostalgia do Um em vão prometido.
A imagem é completa, indicadora imediata de ações cuja função é o domínio da realidade. Mas ao mesmo tempo esvazia a palavra de seu poder nomeador e assim esvazia o homem do seu poder de inter-relacionamento. A evasão do real de uma região obscura para o despertar da realidade da vida, somente pode ser viabilizado pela palavra, através do caminho da simbolização, mas pelo discurso pleno, em contraposição à tagarelice, o discurso vazio.
O homem desprovido de sou poder de ser, isto é, de se expandir a partir do que é, infla-se na acumulação do que não é, no inessencial. Dessa forma, ele instalou-se no falatório no qual tenta, em vão, preencher o vazio sem fundo, ao mesmo tempo em que seu ego infla-se.
A palavra que nada diz, depaupera a própria palavra. O homem sem a palavra é, na verdade um ruído. Fica irremediavelmente aprisionado em sua subjetividade, como acontece com os pichadores das paredes das escolas, quanto mais se exprimem, menos há a dizer.
Isso é precisamente o narcisismo, a expressão a todo custo, o primado do ato de comunicação sobre a natureza do que é comunicado, a indiferença dos conteúdos, comunicação sem finalidade nem público, o destinador tornado o seu principal destinatário.
Domado pela palavra etiqueta, o novo objeto de passageira curiosidade e, rapidamente, é lançado no esquecimento. A transparência total é a linguagem do pragmatismo virulento, linguagem única, exclusiva da era técnica, onde imagem é critério de verdade. Ela eliminou a possibilidade de existência do invisível. As palavras já não trazem mais a “carga e o poder de evocar”, novas possibilidades.
Escutar exige esforço maior do que ver. Escuta-se por partes, que devem ser interpretadas à medida que são recebidas. A imagem aparece à vista como algo completo, que pouco exige do expectador. O que ocorre hoje, é que vivemos na era da exclusividade da imagem. A primeira consequência desse fato é o desaparecimento da linguagem como lugar da verdade.
Na palavra diz-se possibilidade, o que ainda não é pode vir a ser. Ser da possibilidade, no encontro consigo mesmo. Sem as palavras os conflitos permanecem ocultos.
CAIXA PRETA Roberto Lanza
08/01/2015


Nota: Texto compilado do original do Dr. Djalma Teixeira de Oliveira, publicação nº 3, MAIO/1999/2000,  revista VORSTELLUNG do GREP (Grupo de Estudos Psicanalíticos de Belo Horizonte).

AS APARÊNCIAS


A palavra “fenômeno” vem do grego phainein” que quer dizer mostrar-se. Mas, normalmente, entendemos por fenômeno aquilo que aparece e que se mostra quase sempre de modo incomum, extraordinariamente. Já o verbo phainestai” na voz ativa, significa vir à luz, tornar-se claridade, fazer aparecer. Mas, na forma reflexiva, indica uma ação que não é nem ativa e nem passiva, escondendo um modo de ser próprio da ação medieval: a dinâmica de tornar-se e ser “a si mesmo”. As palavras phainestai e phainein (fenômeno) têm origem de phos, que significa luz, incandescência. Portanto,  o verbo phainestai significa: luzir, ser incandescência da claridade, sendo neste sentido chamado em latim de evideri” , de onde vem a palavra “evidência”. Assim, é neste sentido de “é-vidência” (ser vidência) de mostrar-se presente, de aparecer, que devemos entender a palavra “fenômeno”. Fenômeno é, pois, o que assim se mostra a partir de si a si mesmo.
Aqui é necessário se precaver contra a tendência, em uso, de entender o fenômeno como “aparência” no sentido de exterioridade, isto é, “fachada” externa de algo que está oculto atrás. Assim, como a cor amarela dos olhos é sintoma de hepatite, por não mostrar diretamente a inflamação do fígado, não é fenômeno. Por exemplo: fumaça é sinal de fogo, mas não se apaga o fogo apagando a fumaça.
O modo de ser da “é-vidência” do fenômeno é diferente do da aparência. No fenômeno a coisa é ela mesma que se apresenta, digamos “pessoalmente”, na claridade do seu ser. Neste sentido, a claridade do luar não é sintoma da lua, mas a lua ela mesma no seu aparecer. Os gregos, no entanto, em vez de “fenômeno” diziam também “Ón”, particípio do verbo “einai” que significa ser. “Ón” significa, literalmente, em sendo. Em português, substantivado temos então “o ente”. O ente é o ser.
Os gregos, portanto, consideravam o ente a partir da dinâmica do vir à luz, do aparecer. Assim, fenômeno e ente dizem o mesmo. Tudo que podemos chamar de “entidade” podemos chamar de “fenômeno”, só que, no uso corrente, por “o ente” entendemos como “coisa”, como algo estático; ao passo que por “fenômeno” entendemos o momento dinâmico da ação de aparecer. Daí a conotação de extraordinário, do incomum, na palavra “fenômeno”, na sua acepção usual.
Se entendermos assim tanto o fenômeno como o ente em seus sentidos originários, como incandescência da claridade no ser,  então podemos dizer que cada ente, cada fenômeno tem seu próprio modo de mostrar-se na verdade do seu ser. Quando um fenômeno não é respeitado no mostrar-se todo próprio da verdade de seu ser, de uma posição alheia ao próprio ente, ao próprio fenômeno, o aparecer do fenômeno, a sua “mostração” se torna defasada, desfocada. Em vez de a “coisa” ela mesma se apresentar na sua verdade, em vez de se revelar, é colocada sob a mira ou enfoque de uma outra causa.
O fenômeno é o que, a modo de incandescência da claridade, se mostra a partir de si a si mesmo na verdade do ser, cuja “mostração” deve ser respeitada com precisão, se não quisermos permanecer na “aparência”. Então, o fenômeno como vir à luz do ente ele mesmo, nele mesmo no seu ser, decai para o estado deficiente de “aparência” no sentido de “falsificação”, de “ser aparente”, de “fachada”, não autêntico e verdadeiro.  A nossa identidade psicológica, ou ego, ou ser social está ligada à personalidade (do latim – “persona” = máscara) e não ao nosso verdadeiro ser, caracterizando um estado de estar em evidência, de idolatria e até mesmo de mendicância afetiva, em busca de afirmação e de reconhecimento do seu valor pessoal através dos outros. A pessoa não se ré-conhece. Prefere ser reconhecida pelos outros.
Torna-se indispensável para o crescimento pessoal e o resgate do ser ou do ente, abrindo a vida para a criação e para a alegria de viver. Caso contrário, a pessoa permanece na alienação de si para consigo mesma, assim a pessoa ao invés de se apropriar do ente ela se torna doente.
Freud já dizia: “O ser humano não morre porque está doente. ele adoece para morrer”

Bibliografia: Estevão Tavares Bettencourt – Crença, religiões, igrejas e seitas. Coletânea de artigos publicados na revista O Mensageiro de Santo Antonio.

CAIXA PRETA
08/01/2015


terça-feira, 6 de janeiro de 2015

PARA QUEM ANDA ACOMODADO

CRIATIVIDADE

Segundo a filosofia de Jung: “O homem só se torna um ser integrado quando... consciente e inconsciente aprenderem a conviver em paz e completando-se um ao outro”.
Sendo assim , o inconsciente é criativo. É nesse sentido que tomamos o inconsciente como fator importante para a criatividade, que nada mais é do que um processo, individual ou grupal, de natureza mental e emocional, num dado contexto cultural, em que se procura ver de maneira nova uma dada situação.
Isto significa que, ao criar, rompemos com os velhos padrões e propomos um novo modelo de abordagem da realidade. Mas, para ser criativo, não basta inovar. É preciso que a idéia proposta seja relevante: isto é, ela tem de ser uma proposta válida a uma dada situação.
 No entanto, quanto mais familiar é o objeto, mais difícil é vê-lo dentro de novo contexto.
As barreiras à criatividade normalmente podem ser estruturais (de ordem psicológica, cultural ou ambiental) e processuais (ligadas à linguagem, rigidez funcional e hábitos).
As barreiras psicológicas inibem nossa capacidade conceitual e impedem a comunicação. São alimentadas pela nossa preferência pelo predizível e o ordenado e pela nossa inabilidade para com o desconhecido e o ambíguo; também pela nossa orientação para a realização e o sucesso rápido e pela nossa intolerância para a incubação e o desenvolvimento de idéias; pela valorização do que é (sensação) em detrimento do que poderia ser (intuição); e, finalmente, pelo nosso medo de fracassar.
Fomos criados para dar as respostas certas e, raramente, a criatividade é recompensada. Evitamos correr riscos que podem nos levar a enganos, ao prejuízo e ao ridículo. Como temos uma alta necessidade de sermos aceitos, daí todos os tipos de censura que recebemos desde a infância. Internalizada transforma-se em autocensura.
É extremamente difícil descrever fisionomias que somos perfeitamente capazes de reconhecer. As testemunhas revelam total incapacidade para fazer uma descrição verbal de um delinquente  visto anteriormente, mas indicam  com precisão a imagem do indivíduo ou mesmo a sua fotografia.
SEGUNDO KANT: Os conceitos sem as intuições são vazios, as intuições sem os conceitos são cegos.”
Daí a importância da intuição e da criatividade para poder dar à simbolização a sua capacidade de evocar e de enunciar a verdade, principalmente sobre a observação dos fenômenos recorrentes na natureza, para posteriormente descrevê-los.
Vejamos o que publicou o Jornal Folha de São Paulo de 26/03/1998:
           “O que faz a gente ser grande é não perder o futuro de vista. É chegar a uma porta, fincar a bandeira da conquista, nesse mesmo instante começar a buscar outros portos. É criar desafios, calcular riscos, avançando sempre. Porque a grande aventura é viver. E a vida, assim como as ondas, tem jeito diferente de se repetir, de prometer descobertas e abrigar todos os tipos de sonhos e embarcações. O que faz a gente ser grande é ser como o mar; incansável na sua procura pela onda perfeita, até descobrir que a perfeição está na própria busca”.

CAIXA PRETA

06/01/2015