quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O EFEITO BOLHA

Um feliz ano novo para todos aqueles que acessam o meu Blog. Felizmente, nós os cidadãos que entendemos, pelo menos intuitivamente, da atual crise virulenta, cujo vírus da corrupção já contaminou alguns cidadãos, bem como outros, ainda em fase de encubação, podemos matar e enterrar o ano de 2014.
Os cidadãos, cujos rostos vêm se esboçando e noticiados pela imprensa em geral, certamente não poderão agir como nós, contribuintes ou não da Receita Federal do Brasil.
 Nós os brasileiros que temos orgulho desta Nação, muito temos a agradecer ao Exmo. Dr. Sérgio Moro da Justiça Federal de Curitiba, à Policia Federal e ao Exmo. Procurador Geral da República, os quais vêm descortinando o véu da obscuridade.
A palavra dos profetas, desde a Antiga Grécia, era cheias de verdade, eram palavras plenas em sintonia com as condições de enunciação como signo e não apenas pelo seu sentido manifesto, para que ao ser decifrado para outro sentido, pudesse emergir em intermináveis decifrações.
Daí “o efeito bolha”. Aqueles políticos que agem como os profetas da antiguidade permanecem dentro do aquário. Em contrapartida, aqueles que adotam o discurso das aparências, subirão para a tona. Trata-se da natural força de empuxo da sabedoria popular.  
Contamos, também, com a soberania da Suprema Corte ou STF, para erradicação dessa opulência virulenta, resgatando o nosso orgulho e nossa condição de “Gigante pela própria Natureza”.

CAIXA PRETA

31/12/2014

sábado, 27 de dezembro de 2014

PARA QUEM OUSA FAZER


Intensão sem ação é ilusão. Queiramos ou não, sempre será uma parte do futuro que fica perdida. Agindo de forma oposta, todo poder lhe será dado.
Realmente não podemos negar a nossa historia e nem sequer deletá-la. No entanto, nada nos impede de escrever uma nova historia. .

(...) a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais (...)
A DONA DA HISTÓRIA
“Tudo o que existe no mundo existe para minha história acontecer. As ruas, os lugares por onde eu passo, são apenas cenários da minha história. E os lugares por onde eu ainda não passei não existem ainda, ou então existem, mas nada nesses lugares se movimenta, e em cada um desses lugares tudo está parado no tempo, em determinado momento do futuro, à espera de que minha história chegue até eles. E os lugares aonde eu nunca irei nunca existirão. E as pessoas que nunca passaram por minha vida nunca nascerão”. (Jornal - Folha de São Paulo de 22/03/98)

CAIXA PRETA
27/12/2014


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O PARAÍSO PERDIDO

De início podemos citar o texto do famoso Psicanalista Erich Fromm (Bouddbisme Zen et  Psychanalyse, Paris, PUF, 1971, p.97): 
                          “O próprio fato de nascer cria um problema.. No momento do nascimento, a vida coloca uma questão ao homem. Esta questão deve ser respondida. Ele deve respondê-la a cada instante de sua vida. Não é seu espírito, nem seu corpo, que devem respondê-la. È ele, o individuo que pensa e sonha, que come e bebe, chora e ri – o homem em sua totalidade – que deve responder. E a questão é a seguinte: Como superar aquilo que cria experiência de separação, aprisionamento, sofrimento, vergonha?”.  
Nossa verdadeira natureza é a paz; a verdade; o amor; a felicidade. São as crenças cegas que fazem nossa vida infeliz.
            As crenças são ilusões que sequestram a nossa identidade e a coloca fora de nós mesmos. Segundo a Filosofia, vivemos a “esperança milagrosa” de felicidade, da felicidade que existe, sim”, mas que não a alcançamos porque “nunca a pomos onde nós estamos”, embora “esteja sempre e apenas onde a pomos” (convite à filosofia – Marilene Chaui).
            Freud, considerado como um dos maiores gênios do século XX, criou a Psicanálise, denominada Ciência do Inconsciente, revolucionando as Ciências Médicas com seu surpreendente moto: “o Eu (Ego) não é senhor em sua própria casa” e, ainda, Eu sei que Eu sou Eu, mas Eu não sei que Eu  sou Sujeito do desejo inconsciente”.            
     No entanto, nada é tão antigo e atual do que tentar entender a existência humana. Assim, o que se pretende abordar neste texto, são algumas reflexões sobre questões que se manifestam na nossa vida cotidiana, relacionadas com a própria existência de cada um, bem como o fato de sermos forçados a tomar consciência de nós mesmos. 
O ser humano, na sua angústia vital, necessita de um modelo exemplar para sair do vazio que sente em seu coração e na sua mente. Apesar de ter abundantes meios de vida, faltam-lhes os motivos para existir, bem como um sentido para a vida, dolorosamente vazia, submersa na angustia e na depressão. Um ser despatriados encontra-se perdido dentro de sim mesmo, desde que que não tenha um representante inconsciente que o represente, como exemplo o Hino ou a Bandeira Nacional.  
Para melhor reflexão de cada leitor que se interessar, repasso literalmente e na íntegra o capítulo Introdução do Livro "A NEUROSE DO PARAÍSO PERDIDO" de autoria do Famoso Psicanalista Pierre Weill. Editora CEPA, edição de 1987:

"O homem se caracteriza, em seu comportamento cotidiano, por uma busca constante de felicidade, de alegria de viver, de paz interior; ele procura o prazer e foge da dor.

Isto mostra que existe profundamente enraizada no âmago de seu ser, a memória de um estado de plenitude sem obstáculos e de êxtase permanente.

Esta memória enterrada no âmago de sua existência constitui a motivação fundamental de todas as suas ações, quer sejam elas, julgadas como positivas ou como negativas.

A busca da felicidade permanente leva-o, no plano físico, a procurar sensações agradáveis de toda a espécie: ver e contemplar formas humanas ou cênicas agradáveis, saborear iguarias deliciosas, trocar carícias sensuais que conduzam ou não ao orgasmo, cantar ou ouvir a música da natureza ou a sinfonia de uma orquestra, sentir o perfume de uma rosa. No plano afetivo, sua busca de amor e de troca de ternura e de alegria não tem fim. No plano cognitivo, uma curiosidade, muito freqüente insaciável, fá-lo apreciar as alegrias da descoberta, assim como a euforia da criatividade literária e artística.

Existe, pois, uma espécie de lei inscrita em cada ser: é feito para a alegria e não para o sofrimento.
Entretanto, parece que um obstáculo fundamental impede a maioria dos seres de viver plenamente esta felicidade para a qual parece existir, ela lhes escapa, sem que tenham consciência da causa deste fracasso constante.

Nenhum destes prazeres ou alegrias que acabamos de descrever dura. E lá onde havia felicidade sobrevém a frustração de seu desaparecimento. O homem busca um estado permanente, alguma coisa nele lhe dá a certeza da existência de tal estado; no entanto, encontra apenas a impermanência.

Feito para a felicidade, sua existência toma a cor da insatisfação.

Existe dentro de cada um de nós um sentimento muito profundo de insatisfação; este, muito freqüentemente, está oculto, sobretudo entre as pessoas que se acham felizes,  por estados provisórios de descarga de tensões, devido à satisfação de certas necessidades; mas esta satisfação é transitória e é justamente o caráter impermanente do prazer a ela ligado, que provoca um apego à memória do prazer cujo caráter fantasmático abastece a natureza do desejo.

E, damo-nos conta, cedo ou tarde, conforme o caso, que a satisfação completa não existe, pois apenas passamos alternativamente da tensão à descarga, e da satisfação à tensão; constatamos, por vezes amargamente, que passamos nosso tempo em busca de uma felicidade permanente que não se encontra nem na abundância de alimento, nem no conforto, nem na segurança relativa de nossas casas, nem em nosso conhecimento das posições eróticas daquilo que pensamos ser o amor, nem na embriagues que nos proporcionam os poderes de qualquer tipo. Nosso sistema socioeconômico de consumo exagerado de segurança, de sensações e de poder, embora tenha diminuído em grande parte a miséria da insuficiência de satisfação de necessidades vitais, não forneceu a felicidade que os regimes políticos nos prometem, sobretudo no caso daqueles que já atingiram o nível de conforto de um rei ou de um imperador, como existiram antigamente, e em nome do qual foram feitas e continuam a serem feitas revoluções sangrentas. E, não é a revolução da informática que vai resolver este problema, especialmente quando entrevemos o que se está fazendo com ela.

E quanto mais temos mais queremos, basta comparar as reivindicações populares nos países economicamente desenvolvidos e no terceiro mundo... Tem se confundido a felicidade com o bem-estar do conforto e da abundância.

Sem dúvida alguma, torna-se indispensável que se terminassem com a miséria e que se escolhessem os sistemas socioeconômicos mais eficientes para isso. Mas convém também, e paralelamente, ou melhor, ainda mostrar a todos de uma maneira integrada, através de uma nova abordagem da existência, como sair do círculo vicioso da insatisfação e reencontrar este paraíso perdido, o qual certamente não se situa lá onde a propaganda dos meios de comunicação o coloca.

O conforto e a abundância são importantes, mas não dão automaticamente a paz de espírito e a alegria no coração.

Ainda é necessário aprender como se relacionar com todos estes “benefícios” de nossa civilização tecnológica.

Basta observar o que acontece com aqueles que atingiram, enfim, este nível socioeconômico e este conforto tão ambicionado. No plano físico, as doenças de carência desapareceram, felizmente. Mas são substituídas por novos males: a coluna vertebral se deforma e tensões musculares se desenvolvem sob o efeito de poltronas e camas macias, terminam por sentar-se no chão e dormir sobre colchões pomposamente chamados “ortopédicos”. Em suma, dormem sobre o duro, como o índio e o pobre.

Comem demais, empanturram-se de doces e confeitos, e para evitar o “diabetes” e as doenças do fígado, submetem-se àquilo também pomposamente chamado de orientação "dietética”. E acabam por comer a mesma coisa ou até menos que o índio e o pobre, a menos que se internem em uma clínica de jejum... Paga-se caro, muito caro, para aprender a não comer! E à custa de refinar nossa alimentação, recaímos em novas doenças de carência, sem contar as intoxicações químicas de todos os tipos; então, oferecem-nos um novo tipo de alimento o qual chamamos pomposamente de biológico, orgânico e integral; em suma, fazem-nos ingerir o pão preto do pobre e o arroz integral do índio.

No plano emocional, o progresso que nos é oferecido resulta de uma interpretação simplista da obra de Freud, de uma extrapolação apressada da psicanálise, a qual, originalmente, é uma pesquisa sobre a natureza da neurose, extrapolação acerca do homem sadio, de uma compreensão errônea de conclusões tiradas da patologia; ela leva a um reducionismo grosseiro cujas consequências desastrosas começam a se fazer sentir em todos os domínios, mais especialmente na educação onde a confusão e a desorientação atingiram um grau máximo. Pais e educadores não sabem mais o que fazer. O raciocínio oferecido ao público é muito simples: uma vez que a neurose resulta de uma repressão dos instintos, de um recalque, para evitar a doença psicossomática, libe remos os instintos, satisfaçamos todas as necessidades; e, sobretudo, permitamos às crianças toda a liberdade; para evitar os complexos, façamos aquilo que elas queiram! Os resultados saltam aos olhos: a dissolução do superego no adulto e sua má estruturação na criança provocaram uma liberação dos aspectos egóticos do id: agressão e violência em todas as formas, possessividade, competição sem limites, indiferença à miséria física e moral. E, como veremos adiante, aparece uma nova repressão, a repressão dos valores relacionados à beleza, à verdade, ao amor universal, à criatividade, valores que, quando recalcados, provocam também doenças de carência, a começar pelo mal estar e o sentimento difuso de insatisfação próprio daqueles que têm tudo para estarem satisfeitos e que se encontram, no âmago de si mesmos, profundamente infelizes.

Terminamos, então, por buscar estes valores que existem ainda, principalmente nas pessoas de vida simples, nos pobres e, como mostram as pesquisas não sociocêntricas, nos índios, naqueles que chamamos de “selvagens” e que se tornaram hostis em relação ao branco dito civilizado, porque este invadiu seu habitat, violou suas mulheres, impôs sua maneira egocêntrica e selvagem de viver e fomentou lutas fraticidas entre as tribos para poder aniquilá-los e apoderar-se de suas terras.

No plano mental instala-se a instabilidade: passamos de um assunto a outro sem mais nenhuma direção definida, reina uma incoerência completa entre opiniões, atitudes e comportamentos; a pessoa é democrata, anti-racista e socialista, desde que não se aumentem os seus impostos para se fazerem empréstimos ao terceiro-mundo; e principalmente que a filha não se case com um negro ou um judeu...

Somos dominados pelo pensamento, cuja natureza é contraditória; como não temos, atualmente, tempo de pensar, somos arrebatados pelo devaneio que nos deixa em uma atitude de estupor mental, diante desta dialética sem saída. Alguns, causados pelos conflitos permanentes refugiam-se no álcool e na droga; a perda do sentido da vida aumenta a porcentagem de suicídios, como ocorre nos países economicamente muito desenvolvidos; o cinema, a televisão, o jogo, não são mais suficientes para atordoar-nos; no plano sexual, estamos entediados, impotentes ou frígidos.

A preguiça se instala: para que se esforçar? Temos botões para tudo e máquinas para calcular, pensar, traduzir, raciocinar, organizar e logo, talvez, criar, como já querem alguns.

É verdade que alguns reagem contra este estado de coisas: “retornam à terra”, praticam alpinismo, caçam na África, arriscam a vida, um pouco como o pobre e o índio...

De fato, o ser humano procura a fonte da felicidade fora de si mesmo, não mais percebe que é vítima de uma ilusão de ótica, de uma fantasia fundamental; esta fantasia constitui a fonte desta busca compulsiva e repetitiva deste paraíso que no fundo jamais perdeu, mas que apenas está velado. Este véu é a fantasia da separatividade"
.


CAIXA PRETA Roberto Lanza
* Grifos meus.

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

ESSE TAL DE REGIMENTO!!!

Recentemente saí do Hospital onde fui cuidar da minha saúde preventiva. Estava de bermuda e fui atendido com dignidade e presteza. Questão resolvida e totalmente indiferente ao uniforme.

Em seguida fui até a Empresa onde trabalhei durante 25 anos, na qual aposentei-me, sendo barrado pela portaria, por estar de bermuda e perguntei por quê? Seu uniforme está inadequado, trata-se de uma questão regimental.

Voltei para casa um pouco encabulado, uma vez que eu sou uma pessoa que no tocante à minha saúde, uma condição de ser vivo, foi efetivamente acolhida. Já na casa onde trabalhei o que valeu foi o uniforme, ou melhor, as aparências.


Esse tal de regimento aparece muito mais como uma inversão de valores, especialmente no Congresso Nacional.


No meu entendimento, o que prevaleceu durante a votação do Projeto de Lei 36/2014 foi o tal de regimento cuja maioria era apenas o uniforme parlamentar.





Seja bem-vinda a oposição!
CAIXA PRETA
23/12/2014

QUANDO A SOLUÇÃO VIRA O PROBLEMA

Tomar uma decisão, necessariamente, implica numa cisão (de-cisão). Todo aquele que decide faz uma cisão. Mas, para os que só querem ganhar é preciso saber que nem tudo que se junta soma. Um exemplo disso são os corporativismos que nada acrescentam à própria Instituição.


Quanto maior for a predominância de privilégios e de conservadorismos, mais diminui a confiabilidade e a legitimidade da representação delegada pelo o voto do  povo. Vejamos o paradigma do julgamento do “mensalão”: ganhou voto, vendeu voto e quem é o vilão? Pela opinião pública os desinformados da crise econômica do País, que participam dos programas sociais do governo.


O resultado das eleições de 2014 sugere uma inquietante estranheza quanto à divisão da vontade do povo diante das suas crenças e valores ideológicos, embora seja indiscutivelmente legítima, há uma incrível coincidência com os mais necessitados dos programas sociais, de acordo com os noticiários da imprensa em geral.  

Consequentemente, o País ficou dividido em dois polos, em conformidade com a preferencia dos eleitores em seus respectivos Estados: norte e nordeste / centro-oeste e sul. Aqui cabe um questionamento: será que este resultado eleitoral foi da verdadeira preferência dos eleitores? Quais foram os verdadeiros valores de balizamento, inconscientes, que nortearam tal escolha? É bom lembrar que a natureza não dá saltos!
Você já pensou se parar de chover para sempre?


Certamente, tal fenômeno não se trata de uma evolução politica e nem do bem-estar dos habitantes do norte e nordeste, pois a história se encarregará de desvelar a verdadeira razão. No entanto, duvide daquele que encontra a verdade e crê naquele que a busca. 
Seja bem-vinda a oposição!

CAIXA PRETA
22/12/2014

domingo, 21 de dezembro de 2014

Eu sei quem eu sou. E Você?

Eu sei quem eu sou. Passo a receita para quem se interessar.

           Sem possibilidade de precisão, mas possivelmente quando eu teria entre cinco e seis anos de idade, ocorreu-me um fato relevante na minha historia de vida, durante a colheita de jabuticabas num pomar pertencente à um fazendeiro nosso conhecido. 
Eu estava acompanhado de minha família, juntamente com outros familiares vizinhos e dentro do pomar tirei os sapatos para subir em um pé de jabuticaba. De pé em pé fui colhendo a fruta e, ao mesmo tempo, apalpando o mundo, mapeando no meu cérebro sabores e outros fenômenos indispensáveis pára a configuração da minha futura existência, semelhante a uma pequena peça de um mosaico. Contagiado pelo o Dom da vida, fui sendo invadido por uma sensação de euforia,  de liberdade inerente à existência;          
Desprovido de percepção da realidade, fui me afastando do grupo de familiares, permanecendo bastante distraído por determinado tempo.
Quando acordei para a realidade, com o dia já escurecendo, eu me encontrava sozinho e fui tomado de muita aflição, gritei pela minha mãe, mas foi em vão. Desci do pé de jabuticaba apanhei os meus sapatos, mas não conseguia caminhar descalço naquele solo cheio gravetos perfurantes. Gritei por socorro novamente, mas foi em vão.
De repente, olhei para as fôrmas dos sapatos e simultaneamente a formas dos meus pés e o milagre aconteceu. Consegui articular o encaixe dos pés pela percepção da forma de cada pé com as fôrmas de cada sapato, encontrando a solução. Calcei os sapatos sem dificuldades, o que antes não sabia fazer. Sempre dependia de minha mãe para calçar os sapatos, por virgindade daquele ato, cuja descoberta fui tomado de uma espécie de euforia de libertação, fato comprovado pela minha consciência, pois  nunca mais dependi de minha mãe para tal finalidade.
Acredito que tal evento foi um marco inicial para o penoso processo de inserção na civilização, pois não me lembro de outros eventos similares naquela idade. Certamente muitos outros eventos se manifestaram, mas estão arquivados na minha caixa- preta”, provavelmente de forma inconsciente.
Lembro-me muito pouco da minha pequena infância, mas sei, de forma sintomática, que não foi muito fácil o natural percurso de desvinculação dos laços afetivos familiares com o mundo externo no qual fui inserido.
Ingressei-me no grupo escolar aos sete anos de idade. Aos poucos fui aprendendo, também, como me preparar e vestir o uniforme, por iniciativa própria, mas dominado por uma angustia inominável. Que bom que eu aprendi a me preparar para o meu ingresso na civilização (afinal, não existe outro meio!), mas, há um risco. Vejamos o que disse o Grande Pensador Rubens Alves: Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”.
Por outro lado, considerava tudo uma obrigação sem sentido e desagradável. Tomei até antipatia do banho e do uniforme escolar. Sentia-me conduzido por algo misterioso e indesejado retirando-me do aconchego e da zona de conforto.
Disso eu nada entendia. Nem tampouco na escola primária, como por exemplo: a lógica da análise sintática da disciplina Língua Pátria. Aprendia no decoreba. Quando passei a entender matemática dentro da sua lógica formal (pois tinha facilidade), tudo melhorou para outras disciplinas. Interessante destacar que: quem resolve um problema de matemática está focado no processo, sem se preocupar com o resultado. Eis aí um paradigma para a importância da busca e da indagação. O processo é sempre recorrente a valores já conhecidos, tais como: tábuas aritméticas, princípios, axiomas, propriedades primitivas ou postulados e outros princípios e valores em alta escala.
Na minha história singular, gostaria de destacar outros pequenos tópicos que vivenciei no trajeto da minha infância para a adolescência, época onde as tradições culturais, pelo menos, eram mais autênticas e mais assertivas..
Algumas vezes, ficava observando os urubus plainando no céu sem precisar bater suas asas. A inveja me dominava e eu questionava de maneira egoística: por que eu não possuo este privilégio? Será castigo de Deus?
E mais, ainda: naquela época sempre ficava fascinado, quando visitava o alto das colinas ou das serras, observando o sol aparecer ou desaparecer na linha do horizonte, até onde os meus olhos alcançavam.
Acreditava, com a minha ingênua imaginação, que ali era o inicio ou o  fim, mesmo com uma incrível admiração e natural beleza, permanecia lá, alheio ao mundo e à deriva da minha imaginação, olhando o solo ressurgindo ou se afastando aos poucos, e encontrando com as aureolas solar matutinas e vespertinas Será que está começando um dia novo ou um velho dia de novo?. Faz sentido para a natureza humana!
Apesar do ciclo vicioso ou do ciclo virtuoso condicionantes à percepção de cada um de nós, eu buscava encontrar lógica para a tais fenômenos, mas eu não possuía alcance suficiente para compreendê-los. De maneira superficial, conseguia perceber que o dia e a noite não podiam conviver juntos e que, por outro lado, a constituição de um lar necessitava de um pai e de uma mãe (indícios de polaridades para mim  predominantes)..
Essa repetição cambiante, assim como outros fenômenos existenciais, algumas vezes novo dia, todo irradiante e iluminado parecia-me como o Dom da vida. Mas, outras vezes, tudo parecia o velho dia de novo, se repetindo. Essa inquietante estranheza, fruto da repetição, incomodava-me bastante. 
Acontece que a natureza sempre foi, é, e será assim de forma autônoma e sem tomar qualquer tipo de deliberação, constantemente em processo de evolução sem dar saltos, sempre indiferente à nossa opinião e contemplação. Afinal, por que nos rebelamos com tão indiferença da natureza?
O principio da não indiferença ou do manancial de diversidade de coisas. objetos e valores só existe para a humanidade.Tudo que é antrópico não é natural e é tributário da linguagem humana...
A natureza é com certeza providencial, mas completamente indiferente à sobrevivência dos seres vivos. Cada ser vivo deve por si só promover a sua sobrevivência. A não-indiferença representa o início do "importar-se", o reconhecimento da imagem do outro, a importância de alguém que ocupa espaço físico, temporal, que faz diferença! 

Porém, é importante fazer uma distinção: enquanto as coisas são, os valores valem. Parafraseando Garcia Morente, podemos dizer que "os valores não são, mas valem. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nado do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. A não-indiferença constitui esta variedade ontológica que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a essência do valer". 
Assim, parecia-me que cada conhecimento adquirido induzia-me a acreditar que: “quanto mais visibilidade, maior é a invisibilidade” (pensamento filosófico).
Torna-se oportuno mais uma vez citar Rubens Alves::
Há pessoas de visão perfeita que nada veem... O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido [...] o que somos é o resultado de uma história que fizemos – e que poderíamos ter feito de maneira diferente.”... e se não poderíamos tê-la feito diferente, não podemos agora fazê-la?.
O tempo passou, eu cresci e entendi que o novo dia causava-me alegria enquanto que o velho dia de novo era uma repetição angustiante.
Da mesma forma, o aumentar dos solos e o diminuir da intensidade da luz solar não era de verdade, pois tal fenômeno sumia para mim enquanto surgia para outros olhares que, em algum outro lugar, dividia comigo o ato mágico de navegar pela vida.
Tratava-se, portanto, na verdade, de tudo que eu via era pelo singular e puro fato de quem ainda não aprendera sobre certos limites.
Com o meu amadurecimento natural e pessoal, pude compreender que tudo se tratava de compartilhar com nossos semelhantes  uma maneira sutil de ritualizar uma nova existência..
Trata-se de um fato de que temos sempre a opção de continuar achando que a finitude dos horizontes da percepção seguem o pressuposto da sentença do berço ao túmulo”. E ainda, quando chegada a hora, morrerão por si só.
Um importante conceito filosófico nos diz que: “nada nasce ou perece, tudo que existe é uma mistura e separação de coisas já existentes”.
Faz sentido matar dentro de nós. Questão de espaço.. É que não comportamos tudo. Não há espaço para tantos conhecimentos e sentimentos. E quando insistimos em manter vivos certos sentimentos através de respiração artificial, não há espaço para nascer nada de novo. Então temos que abrir o baú dentro de nós mágoas, dores – velhas ou novas moções empoeiradas, vícios humanos, escolhas erradas, ferimentos mantidos sangrando, decepções, conceitos obliterados, amores infelizes, imagens amareladas, relacionamentos passados, tristezas, amarguras, pessoas perdidas, etc.. É própria dor de existir que morde a vida e sopra a ferida da existência.
Há dentro do ser humano um sentimento profundo de perda de algo precioso e um forte vinculo que caracteriza uma união e, ao mesmo tempo, uma interdição como se a articulação existencial do um com o outro não existisse como separação. Como pode um casal de pessoas ser constituído de duas metades? Na realidade, existe uma partilha entre duas pessoas inteiras.
No fundo uma anulação da identidade própria dotada de um complemento, bloqueando uma alteridade feliz e desejo de amor e de sexualidade.
Mas, na verdade, isso significa manter no nosso âmago tudo - até o lixo - que arquivamos em nossa “caixa preta” cada vez mais abarrotada de arquivos que crescem e crescem engessando a nossa vida, que, na verdade, não passam de arquivos mortos. É isso! Ou então encaramos a fera e aprendemos a matá-la.
Mas, o que deverá morrer em mim hoje? Essa é a pergunta que a fera sugere para começar.
E eu, com a experiência vivencial observadora, permiti-me acrescentar: não basta escolher dentro de nós o que deve morrer e em seguida matar. É preciso enterrar. Assim, eu passei a ver o mundo de outra maneira e não foi o mundo que mudou, foi eu quem mudou.
Acontece que os nossos desígnios conscientes não são capazes de elucidar os enigmas do nosso mundo subterrâneos cheios de vastas emoções e de pensamentos imperfeitos. Por capricho do destino do humano, condenado a ter consciência de si mesmo, é um ser subvertido pela verdade do desejo inconsciente e representado pela ordem simbólica. Somos “plugados “ demais às nossas tradições cultuais. 
E por aí vai... A lista é individual e cada um tem a sua. O que é comum a todos é a responsabilidade de, interiormente, exterminar, dar fim ao que é ruim para que algo novo e bom possa nascer.
É fácil?  Não mesmo! Matar internamente não é simples desejar, é mudança de atitude. No entanto, para mudar comportamentos de forma permanente, é necessário mudar primeiramente as concepções que os fundamentam. No entanto, Infelizmente, no ser humano “há um saber que convence, mas não converte”. 
Porque às vezes o que nos fez mal já está pra lá de morto, mas mantemos mumificado dentro de nós, para usarmos como referencial, para não esquecermos de que sofremos, para não cairmos de novo nas mesmas armadilhas. Outro engano::nada é igual nunca. Dores embalsamadas não servem como exemplo, nem protegem, só paralisam.
Não há fórmula. Não há bulas. A única maneira de viver é permitir que a vida nasça e morra e de novo nasça, tantas vezes quanto forem necessárias. Portanto, para abrir os espaços é necessário fazermos-nos  perguntas. E uma vez identificado o que não é bom e não nos serve mais, devemos dar-lhe a morte. Em seguida enterremos nosso morto, choremos um pouco, e, cumprido o ritual, vistamo-nos com esmero para esperar. Afinal, viver é recriar a vida. Algo bom estará nascendo.
E olhando da janela da nossa “caixa preta” para o horizonte que parece ser o fim, mas é também o princípio, podemos considerar: “não somos nada, o que buscamos é tudo”. .(Rubens Alves).
A partir da reflexão de Nietzsche a seguir, é possível pensar nas várias maneiras de exercermos a nossa liberdade, mesmo que para isso seja necessário nos perdermos. A grande sabedoria está no saber perder-se a si mesmo e em seguida buscar o caminho do reencontro consigo mesmo:  "Uma vez que se tenha encontrado a si mesmo é preciso saber, de tempo em tempo perder-se e depois reencontrar-se, pressuposto que se seja um pensador. A este, com efeito, é prejudicial estar sempre ligado a uma pessoa". Afinal, viver é inventar o dia por si só
Com base na reflexão acima, acrescento eu: o sentido proposto por Nietzsche para tal pessoa, não se trata de uma pessoa qualquer encontrável no mundo exterior, trata-se de um Outro de mim mesmo ao qual sou mais apegado, mas não me completa nunca. É uma falta do próprio ser.
                                                                     
            Para concluir: 

“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas 
usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer 
os velhos caminhos, que nos levam sempre 
aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: 
e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado,
para sempre, à margem de nós mesmos.”
Fernando Pessoa

CAIXA PRETA Roberto Lanza 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A QUINTA OPERAÇÃO


Em matemática existem somente quatro operações. Supõe-se que o Congresso Nacional criou a 5ª operação, como um péssimo exemplo para os milhares de prefeitos de todo o território nacional, no sentido de reconfigurar os resultados reais (matemáticos) da LDO, mediante o PLN 36/2014.
Assisti a votação dos Vetos Presidenciais pela TV Câmara e as argumentações dos Excelentíssimos Parlamentares são muito ambíguas e contraditórias, sugerindo uma interpretação, metaforicamente, da seguinte forma:
Argumentação de um lado - Por definição: “quadrado é uma figura geométrica com quatro lados iguais”.
Do outro lado - “Mas, o losango possui quatro lados iguais. Se a maioria concordar, então losango é, também, um quadrado”.
Será que são esses os princípios que regem a nossa democracia? No presente caso, até uma Lei fundamental da natureza não é respeitada, denominada Lei do Atualismo, ou seja: “O presente é a chave do passado”. Corremos, então, o risco de que a mudança do segredo da chave torna o passado condenado ao niilismo. A natureza também tem outra importante Lei:. “tudo que é novo torna-se ruina”.
Enfim, no corporativismo o resultado será sempre uma imagem negativa para a Sociedade. Ao contrário, o cooperativismo já é saudável e bem aceito pela Sociedade. Infelizmente não existe nada perpétuo, tudo tem que ser efêmero. Será que chegou o momento?
Seja bem vinda a Oposição!


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

REEDIÇÃO: A LÓGICA DO VAZIO

A atual situação política nacional: "Se a verdade é tão difícil de ser encontrada, fiquemos então com aqueles que a buscam!". Seja bem-vinda a OPOSIÇÃO.

No meu entendimento, o discurso predominante no Congresso Nacional é semelhante ao seguinte artigo:


TODO MUNDO,    ALGUÉM,    QUALQUER UM   e   NINGUÉM.


´´L. Barbosa conta uma curiosa história sobre quatro pessoas: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém.

Havia um importante trabalho a ser feito, mas Todo Mundo tinha certeza que Alguém o faria.

Qualquer Um podia tê-lo feito, mas Ninguém o fez.

Alguém se zangou, porque achava que era um trabalho para Todo Mundo.

Todo Mundo pensou que Qualquer Um podia resolver o assunto, mas Ninguém  imaginou que Todo Mundo deixasse de fazê-lo.

No final, Todo Mundo culpou Alguém, quando Ninguém fez o trabalho que Qualquer Um podia ter feito.``

PAULO COELHO


Em resumo: ASSUMA!

           CAIXA PRETA
04/09/2015

A complacência excessiva



            O Senhor Buda disse:
                            “Ensinai-vos a não crer simplesmente porque ouviste, mas, porque, em vossa consciência, acreditais no que ouvistes; agi, então, de conformidade com aquilo em que credes, e copiosamente”.
Doutrina Secreta, III, 401.

Nós seres humanos, temos o hábito de viver uma expectativa de algo misterioso relacionada com um devir. Isto é um sinal de que nada está indo bem conosco. Estamos sempre insatisfeitos, sempre faltando algo que geralmente nos atormenta, deixando-nos desassossegados. Temos ainda, em nosso âmago, uma sensação de que existe algo vivenciado, semelhante a um paraíso perdido. Temos ainda a sensação de que existirem duas pessoas habitando dentro de nós, com propósitos contrários. 
Somos criaturas em perfeita harmonia com a natureza. Cada um de nós traz consigo o material necessário para a realização pessoal. É tolice viver anulando nossas capacidades para valorizarmos as qualidades dos outros. Ninguém é melhor que ninguém, mas às vezes insistimos em acreditar nisso.
 Num mundo onde as imagens ditam os valores das pessoas, corremos o risco de esquecer nosso real valor por não sermos enquadrados nos padrões impostos como ideais. Frequentemente somos assombrados por uma mentalidade baixa que quer nos obrigar a aplaudir as qualidades dos outros e esquecer-se das nossas. Talvez seja por isso que vivem desacreditados da vida: perderam a identidade por querer ser aquilo que não é.
Há um pensamento popular que diz: “Eduque uma criança para ser feliz e não para vencer na vida. Pois assim, ela aprenderá a viver na busca de valores e da verdade, e não na busca de custos para as aquisições culturais, sociais, afetivas e patrimoniais”. Neste último caso, ela se sente excluída do mundo, confundindo coisas com valores e ainda sem referenciais para escolher suas próprias preferências.
É do conhecimento comum, que existem crianças muito amadas e muito protegidas pelos pais e, por outro lado, outras crianças muito maltratadas pelos pais. Na realidade existem diversas modalidades de criação paras as crianças, mas qualquer que seja a modalidade de criação assim influenciará no destino do futuro adulto. Freud dizia: “O adulto nada mais é do que o filho da criança que foi”,
Segundo prega a filosofia, quando crianças, estamos sujeitos à duas decepções:
"A de que os seres, as coisas, os mundos maravilhosos não existem de verdade e a de que os adultos podem dizer falsidades e nos enganar. Essa dupla decepção pode acarretar dois resultados opostos: ou a criança se recusa a sair do mundo imaginário e sofre com a realidade como alguma coisa ruim e hostil a ela; ou, dolorosamente, aceita a distinção, mas também se torna muito atenta e desconfiada diante da palavra dos adultos. Nesse segundo caso, a criança também se coloca na disposição da busca da verdade". (Marilena Chaui. Convite à Filosofia, Unidade 3, Capítulo 1).
Por isso, para mudar comportamentos das pessoas, de forma eficaz e duradoura, primeiramente é preciso mudar as concepções que os fundamentam. Particularmente, para aquelas crianças que, infelizmente, foram “adestradas” para agradar a mãe e aos outros, os fundamentos que determinam suas atitudes e comportamentos são direcionados a depender, durante a existência inteira, das coisas externas, dos outros, em quem, certamente, fundamentara a própria autoestima. Tudo isso em razão de terem que reprimir parcialmente ou negar sua verdadeira natureza, Também, quando adultas, vão continuar a procurar a própria identidade, a realização pessoal, empenhando-se em ser boas a qualquer custo, em ter sucesso, em agradar os outros, para manter boa autoimagem. Tem valor só em função dos outros.
Quando se encontram em situações negativas, perdem todo tipo de força interior. Ao invés de enfrentarem a vida como um desafio, elas sentem-se impotentes, desesperam-se.
Além disso, para essas pessoas, o passado, os sucessos alcançados, a existência inteira vivida, tudo desaparece automaticamente diante do impasse que estão vivendo. Mas, se tiverem talento, podem tornar-se artistas, porque conseguem expressar melhor a própria natureza numa atividade criativa, fantasiosa, melhor que em sua relação com os outros seres humanos.As personalidades complacentes geralmente são: 
Ø    A vida não vai além de um acontecimento infeliz, de fracasso, de um erro;
Ø    Sentem-se só no meio dos outros e estranha a si mesma e aos outros:
Ø    Subestima a si mesma do sucesso, mas valoriza muito os outros;
Ø  Não acreditam que têm individualidade própria;
Ø   Temem provocar sua ira e ofendê-los
Ø  De algum modo, a agressividade foi reprimida da criança;
Essa patologia causa nas pessoas uma condição de serem sempre muito conciliadoras e afetuosas com os outros porque temem contradizê-los.
Geralmente são dotadas de atributos masoquistas de complacência para com os outros. Segundo especialistas da área, à repressão da agressividade, que amealhou na pequena infância em função das suas relações com as figuras materna e paterna. Talvez tenha sido rejeitada ou recusada, mesmo de forma aparente ou por comportamentos de indiferença dos pais, sendo obrigada a obedecer a leis contrárias à sua natureza. Assim, ela cresce odiando a si mesma em razão de ser tolhida a sua própria personalidade.
Em geral, essas pessoas não conseguem enfrentar os outros, não se fazem valer. Essas pessoas sentem necessidade de solidão. Temem os seres humanos. Vivem em autodestruição.
Isso vai criar nelas uma forte fraqueza em relação a eventuais fracassos, traições, inimizades e rejeições. Esses fatos negativos provocam em todas elas à depressão, a ansiedade, a angústia, porém temporariamente. 
No tocante às pessoas complacentes, contudo, caem em estado de depressão profunda, grave por adotarem uma solução regressiva em busca da cura. Essas pessoas geralmente sofrem da Síndrome do Fracasso, identificando-se até com o fracasso de filhos e dos outros. 
Tais pessoas têm como lema: "Eu existo, logo sofro". Vivem a dor de existir em estado puro, conforme atesta a psicanálise. Dor esta que morde a vida e sopra a ferida da existência. 

"Tolerar a vida continua a ser, afinal de contas, o primeiro dever de todos os seres vivos". (FREUD).

CAIXA PRETA Roberto Lanza


Bibliografia: Diversos Pensadores e Psicanalistas famosos, especialmente o Psicanalista Valério Albisetti, em seu livro O VALOR DA SOLIDÃO, Editora Paullus, edição de 1998.

Começando...

Eu sou Roberto Lanza e estou iniciando este canal para publicação de textos, conversações e reflexões.Meus artigos procuram abordar a condição humana de dualidade (sujeito e objeto) tendo que conviver com a autonomia e a inautenticidade da própria consciência.

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CAIXA PRETA - Roberto Lanza
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