quarta-feira, 20 de setembro de 2017

CONGRESSO NACIONAL

Pode ser mera coincidência, mas existe muita semelhança na atuação dos Parlamentares na votação da Reforma Política com a história contada por Paulo Coelho há vários anos atrás::

TODO MUNDO, ALGUÉM, QUALQUER UM  E NINGUÉM


´´L. Barbosa conta uma curiosa história sobre quatro pessoas: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém.

Havia um importante trabalho a ser feito, mas Todo Mundo tinha certeza que Alguém o faria.

Qualquer Um podia tê-lo feito, mas Ninguém o fez.

Alguém se zangou, porque achava que era um trabalho para Todo Mundo.

Todo Mundo pensou que Qualquer Um podia resolver o assunto, mas Ninguém  imaginou que Todo Mundo deixasse de fazê-lo.

No final, Todo Mundo culpou Alguém, quando Ninguém fez o trabalho que Qualquer Um podia ter feito.``


Eu pessoalmente ando muito confuso em quem votar nas próximas eleições. Acredito que os eleitores brasileiros também andam muito confusos,

CAIXA PRETA - Roberto Lanza (BLOGGER)
20/092017

terça-feira, 19 de setembro de 2017

OBSCURA AUTORIDADE

OBSCURA AUTORIDADE

A natureza é com certeza providencial, mas completamente indiferente à sobrevivência dos seres vivos. Cada ser vivo deve por si só promover a sua sobrevivência. A não-indiferença representa o início do "importar-se", o reconhecimento da imagem do outro, a importância de alguém que ocupa espaço físico, temporal, que faz diferença! 
Porém, é importante fazer uma distinção: enquanto as coisas são, os valores valem. Parafraseando Garcia Morente, podemos dizer que "os valores não são, mas valem. Quando dizemos de algo que vale, não dizemos nado do seu ser, mas dizemos que não é indiferente. A não-indiferença constitui esta variedade ontológica que contrapõe o valor ao ser. A não indiferença é a essência do valor".
Distinção entre juízos de realidade e juízos de valor. Os primeiros, enquanto constatação da realidade (ex.: isto é uma mesa) e os últimos, enquanto qualidade do conteúdo, podendo ser atrativa ou repulsiva, boa ou má e assim por diante.
No caso do ser humano o princípio da “não-indiferença é a essência do valer". Isso significa que não permanecemos indiferentes diante dos seres que constituem o nosso mundo familiar, pois constantemente atribuímos a eles valores bipolarizados: bom e mau, verdadeiro e falso, belo e feio, generoso e mesquinho, sublime e ridículo, e assim por diante.
Já no caso do ser humano o “principio da não-indiferença” já inicia até mesmo antes do Bebê nascer. Geralmente, há um ambiente  organizado para recebê-lo De fato, o ser humano faz parte de uma estrutura, uma vez que ninguém chega num vazio. Em relação aos pais, à família, à cultura, já existe certo lugar reservado para a criança que ainda não nasceu ela já tem o seu lugar marcado. Isso significa que a vida de um indivíduo tem suas determinações fora dele, determinações anteriores e fora dele, diferentemente dos animais. 
A essa estrutura na qual todo ser humano se insere, a essa estrutura externa ao sujeito e que o determina, é chamada pela psicanálise de Outro (Grande outro). Podemos, então, supor que surgirá o marco inicial do sentimento de apego e, em contra partida, a aquisição de um adimensional sentimento de auto-despossessão.
Destarte, nós seres humanos vivemos inseridos num mundo “estrangeiro” onde tudo que não sou eu é outro e tudo que não é meu é do outro. E mais, eu sou o outro do meu próximo e vice-versa. Tudo isso resulta numa obscura autoridade, repleta de crenças, de arquétipos, de egrégoras, religiões, mitos, lenda, fadas, etc. Nosso inconsciente anda repleto de falas, sugestões, opiniões dos outros. O que significa dizer que nossa mente (inconsciente) é estruturada como o discurso do Outro.
Torna-se importante entender que esse Outro não é uma pessoa, mas uma estrutura externa que gradativamente inscrever-se-á na estrutura psíquica do indivíduo. 
Assim, o sujeito, por definição, está determinado desde fora dele, e o Outro deve ser pensado como uma referência que são os parâmetros da vida desse sujeito, o que ele é.
Daí a pergunta: Que outro é esse que não sou eu ao qual sou mais apegado? Portanto, é importante salientar que o humano se trata de um ser de existência alienada, num desconhecimento crônico de si mesmo. Implica que o sujeito não sabe quem ele é. E, ainda: falta-lhe a inconsciência animal para poder viver em paz consigo mesmo e com a indiferença da natureza.
Significa que a diferença dos demais é que atribui valor a alguma coisa. Por exemplo, você ser diferente dos demais estudantes, é o que lhe dará valor, agora, se o valor é bom ou ruim aí é com você, ou com o que se está lidando.
O que é ser indiferente? É ser comum, qualquer, igual a todos. Quando é citado o "não", todos esses conceitos são invertidos. Reescrevendo, com o mesmo sentido, temos: "A diferença é a essência do valer". Significa que "O valer à pena" é marcado pela diferença. Ex: Para valer a pena, mostre o seu diferencial. Afinal, quem não quer ser reconhecido? Quem não quer ser distinguido?


CAIXA PRETA  Roberto Lanza

19/09/2017