segunda-feira, 20 de abril de 2015

O PERDÃO

O perdão é um substantivo, derivado do verbo perdoar, que significa remissão de pena; desculpa; indulto, entre outros significados. O verbo perdoar significa desculpar, absolver, aceitar, sendo na voz passiva poupar-se. É um verbo oriundo da palavra latina perdonare, pode assim ser desmembrada: per donare, ou seja, em português, pelo doar.

O verbo doar (donare em Latim) que significa transmitir gratuitamente (afetos, generosidade, bens, etc.) a outrem, na voz passiva significa consagrar-se, dedicar-se, dar-se.

Acontece que dar o perdão a outrem é relativamente fácil, principalmente quando se trata de um ato involuntário cometido pelo outro, causando efeitos morais, danos materiais ou lesões corporais leves ou mesmo até graves, porque o sujeito que sente, apesar de ser também o objeto sentido, há um limite simbólico separando o agente da causa do mal do sujeito considerado vítima. Aqui o fenômeno se passa como sendo o observador fora do campo de observação.

O mesmo já não ocorre quando o sujeito comete um erro, uma falha ou um ato imperfeito contra si mesmo. Torna-se muito mais difícil de perdoar-se, porque sujeito e objeto encontram-se no mesmo campo de observação, ou melhor, dentro da sua própria consciência. Ele de agente passa a ser vítima e réu ao mesmo tempo. Todos os componentes de orgulho, vaidade, medo de rejeição etc., em maior ou menor grau, estão em jogo. O sujeito não pode errar, especialmente quando ocorrem perdas. Ás vezes o erro que deveria ser considerado pedagógico torna-se perverso, colocando o sujeito em estado de penúria interior, de autopunição, com tendências masoquistas.

Anular esse tormento interior é realmente um grande desafio para o ser humano, pois o medo de provocar a ira do outro prevalece a preferencias em renunciar a defesa do seu próprio desejo. Parece até que vivemos num mundo de mendicância afetiva, em detrimento da nossa própria condição de vivermos em paz conosco mesmos.O outro é sempre um outro e não nosso complemento.

Segundo as ciências da psicologia, o ser humano é um ser de desejo, Como o desejo humano é não natural ele só pode desejar um outro desejo, também não natural. Assim ele é desejo do desejo do outro (parental ou outro semelhante), Então o que ele quer é atender ao desejo do outro. Desta forma, o sujeito só sabe do seu desejo se estiver em oposição ao desejo que o outro se lhe impõe. Por medo de rejeição ou de contrariar o desejo do outro, ele prefere trair o seu próprio desejo. Eis a questão porque é mais fácil aceitar a invasão do outro do que contestá-lo.. 

Sugiro ao leitor visitar o artigo publicado neste mesmo BLOG no dia 17/02/2015, intitulado “UMA QUESTÃO DE VIDA OU MORTE”.


CAIXA PRETA  Roberto Lanza
20/04/2014



sexta-feira, 17 de abril de 2015

GOVERNO TROIANO


Desenho: Roberto Lanza 



O homem habita dois mundos, sendo o principal, o mundo natural onde ele se integra num ambiente constituído pelo solo, pela água e pelo ar, juntamente com plantas e os animais, formando a chamada
 biosfera 

 O outro é o mundo denominado 
antroposfera ou ideosfera, relacionado com as instituições sociais e com os artefatos que constrói para si mesmo usando suas ferramentas e engenho, sua ciência, sua arte e seus sonhos, para moldar um ambiente compatível com suas necessidades e aspirações, em busca da felicidade, das ideologias. e das realizações dos seus desejos. 

Nada disso faz parte do corpo do homem e não são herdeiros no sentido biológico. O conhecimento necessário para sua produção e uso é parte do nosso legado social, resultante de uma tradição acumulada por muitas gerações e transmitida, não pelo sangue, mas através da linguagem escrita e falada.

Sou daquela época em que o Brasil era considerado, pelas suas reais potencialidades, como um 
País do Futuro e muito dependente de importação de petróleo, Mas, os problemas, em razão da nossa herança colonial ainda eram muito prevalecentes. Os problemas sócio-culturais-econômicos eram bastante emergentes. Mas, pelo menos, eram problemas convergentes. para soluções concretas. Ou melhor, estavam gradativamente sendo sanados dentro da natural temporalidade. 

Com a descoberta do petróleo, surgiram as soluções com grande possibilidades de tornar o Brasil um País do primeiro mundo, mas o símbolo País do Futuro  sofreu um perverso retrocesso e voltou a ser um País de Propostas, necessitando de "ideias velhas" utilizadas no passado. 

A atual situação política e governamental do Brasil, além de problemas graves emergentes como a corrupção, tem que solucionar questões polêmicas e divergentes, em razão de perdas de privilégios e perdas de popularidade, como ocorreu na década de 1990 a 2000. É importante ressaltar que o Partido dos Trabalhadores não surgiu por acaso, surgiu numa hora oportuna e importante, que,com habilidade e liderança, muito contribuiu para a redemocratização do País É difícil entender como o acaso tornou o PT um partido de descaso

"As palavras que eu digo escondem outras" 
(Clarice Lispector). Tal Pensamento retrata com fidelidade o protótipo do discurso no Congresso Nacional. O Debate entre nós e eles só está faltando citar Dom João VI, imperador do Brasil, na era colonial, explorando as nossas riquezas. Tal discurso não passa da lógica do vazio, argumentações que nada dizem, É o primado do ato de comunicação sobre a natureza do que é comunicado, a indiferença dos conteúdos, comunicação sem finalidade nem público, o destinador tornado o seu principal destinatário. O PT precisa urgentemente sair do espelhoO que era já não é mais. 

Tudo isso, nas entre-linhas, são formas de manter os próprios privilégios e manutenção dos poderes políticos, assim têm entendido, com todo respeito ao poder constituído e dentro da Lei, as manifestações populares pacíficas, a Imprensa em geral, o Ministério Público, a Policia Federal, o Tribunal de Contas da União, entre outras instituições. Como o Governo se encontra ilhado, semelhante a muralha da cidade de Troia. recebemos nas últimas eleições foi um "presente de grego". Nós brasileiros que rejeitamos o atual Governo, conforme pesquisas  de opinião pública realizadas por Institutos legais e idôneos, somos os verdadeiros "Cavalos de Troia" e seremos os vencedores das questões divergentes e emergentes. 


Destarte, a bancada aliada ao Governo já não é tao forte como a muralha de pedra da Cidade de Troia, Trata-se uma bancada de areia cada vez mais fragilizada coma ruína se aproximando. Enquanto mais tentam convencer que a sociedade está equivocada, mais revelam o que já está super convencido.  

CAIXA PRETA Roberto Lanza 
17/04/2015