Gostaria de induzir ao leitor deste Blog, que se interessar, uma reflexão sobre determinados fenômenos que se manifestam frequentemente na nossa vida cotidiana e, no entanto, não os percebemos com clarividência, a ponto de sermos capazes de discernimento da realidade e de fazemos escolhas assertivas..
Trata-se do prolongamento do nosso período juvenil, que amplia a nossa capacidade de aprendizagem e a nossa capacidade lúdica, conhecido cientificamente como juvenilização ou neotenia.
"Neotenia é o processo evolutivo do qual resulta, nos seres humanos, uma capacidade de aprendizagem que se prolonga por toda a vida. Traduz uma falta de acabamento que prolonga o período de infância e de adolescência e permite o desenvolvimento da inteligência. Exprime também uma enorme flexibilidade do nosso patrimônio genético, que nos torna abertos às influências culturais e ambientais. À letra, neotenia significa manter a juventude". (EDGAR MORIN, autor do livro O Paradigma Perdido)
Além do livre arbítrio possuímos também o denominado Fator de Espontaneidade (FE) que é a capacidade do indivíduo de dar respostas adequadas a situações novas ou respostas adequadas a situações antigas. Quando o fator FE está bem desenvolvido, o indivíduo apresenta maior número de respostas adaptativas e criativas. Criar coisas o estimula. Essa criação tende a ser organizada e fichada. Assim são importantes os atos criadores e a espontaneidade.
Ambos os conceitos acima estão intimamente relacionados de forma necessária. É uma relação interessante de se analisar: a espécie humana, que desenvolveu a segunda natureza dentro de um cenário imaginário tão real e capaz de manipulá-la com muita habilidade e artifícios. Isso muito contribuiu para o prolongando do seu período juvenil. Mas, e a maturidade? E o racional? Ai a solução para este dilema da humanidade “é mais uma vez o bom-senso”.
“E aí está a chave da sobrevivência humana: quem sabe lidar com esta capacidade de aprendizagem expandida, consegue se adaptar MAIS fácil a todos os processos sociais. Isso acontece, porque se mantém a criatividade juvenil, junto com a ousadia, a falta de medo, a leveza, a leviandade e a capacidade de lidar com o novo.
Consequentemente você pode se perguntar: mas o medo não é algo importante? Afinal, experienciar esta sensação de alerta é dar valor a cada minuto da vida e considerar MUITO todas as lições do cotidiano.
É saber agradecer por cada novo dia, por cada momento novo e por cada novo sonho”. Pois bem, esta é uma pergunta bem interessante! A ousadia, a leveza e a leviandade, própria da juvenilização, implicam necessariamente na quebra da barreira do distanciamento.
Com isso, toda sociedade deve assim encontrar o limite entre o medo e a ousadia. É ter sensibilidade de ouvir os próprios limites e fazer aquilo que se julga o melhor. Nunca esquecendo, é claro de que: Quanto mais juvenilização, menos medo. E, quanto mais medo, mais timidez, menos coragem e menos criatividade”. (MARTHA MEDEIROS ~Escritora, Poetiza, Jornalista – Jornal Zero Hora de Porto Alegre/RS).
CAIXA PRETA
25/01/2015
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