Pintura de ROBERTO LANZA
Será que há alguém que se julga um ser completo, acabado
e pleno? Então ele já pode morrer em
paz! Seu lugar está no final da ponte acima na expectativa de uma "esperança milagrosa".. Todos querem o céu, mas ninguém quer morrer e nem sequer plantar o jardim para colher flores.
Pelo senso comum:
“Beco
sem saída só existe para quem não aprendeu a olhar para dentro de si mesmo”.
“De nada
adianta quebrar a parede com a cabeça e sair na cela do vizinho. A saída será
sempre pelo teto”.
A ilusão de completude é fator determinante para sermos um peregrino em busca do nosso complemento, uma vez que somos seres de falta. Segundo a Psicanálise, a falta é estrutural e constante em nossa vida psíquica. Isto significa que portamos certa medida de ausência de algo que atesta a nossa condição de imensa procura por algo não encontrável. Todos buscam incessantemente na vida uma realidade que os possa completar.
Acontece que o que o homem busca não é encontrável, porque não existe no mundo real, pois se trata de uma falta do próprio ser. O agravamento está exatamente no fato de se buscar a completude em fontes erradas no mundo exterior, num contingente abundante de prazeres, posses, dinheiro, amores, etc. Tudo isso tornará a nossa incompletude cada vez maior, dentro de um ciclo vicioso, cada vez mais frustrante.
As ilusões sequestram a nossa realidade e a coloca fora de nós mesmos. Segundo a Filosofa Marilene Chauí: “vivemos a esperança milagrosa de felicidade. Da felicidade que existe, sim, mas que não alcançamos porque nunca a pomos onde nós estamos, embora esteja sempre apenas onde a pomos”.
CAIXA PRETA
29/01/2015
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