domingo, 17 de maio de 2015
segunda-feira, 4 de maio de 2015
NOSTALGIA DA VARIEDADE PERDIDA.
Pela nossa estruturação psíquica, somos condenados a sermos livres para escolher o que queremos e, ao mesmo tempo, condenados à recorrentes. O que significa isto? Vejamos o que disse Freud:
Um simples exemplo de recorrência na vida cotidiana, de todas as pessoas. A todo momento ,existe uma imensidão de pessoas fazendo compras em estabelecimentos comerciais. Qualquer pessoa para efetivar a compra de mercadorias, diante do caixa, a aritmética tem que estar presente, como um grau de recurso absoluto. No campo jurídico, o ato lícito também tem que estar presente. É muito comum na área jurídica falar-se em recursos, numa espécie de jogo "perde/ganha", "tentativas/erros", dependente das instâncias jurídicas. Na nossa mente também existem instâncias psíquicas que são ambíguas e contraditórias, dependentes das crenças/valores de cada pessoa.
No campo afetivo tudo é mais complexo e atuante de forma imperiosa e autônoma, sem nosso conhecimento. Estamos sempre recorrendo às nossas experiencias vivenciais do passado. Diante dos estímulos externos, as nossas reações são condicionadas pela a nossa história de vida pessoal e principalmente pelo nosso sistema de crenças/ valores.
Segundo Freud: "O adulto nada mais é do que o filho da criança que foi [...] O nosso passado está sempre atualizado no presente. Há sempre uma retroalimentação permanente". O que significa dizer porque somos condenados à recorrente.
Somos também seres livres para realizar nossas escolhas. Toda escolha implica numa perda, porque aquilo que foi escolhido pode ser uma recusa ou perda daquilo que não foi escolhido. Fazer uma escolha é uma tomada de decisão (de-cisão), o que quer dizer que toda escolha implica numa cisão.Assim disse um Filósofo: " O diabo é que entre 100 escolhas só posso fazer uma e as outras 99 ficam me perturbando". Neste sentido, há uma espécie de sensação de vazio semelhante à uma "nostalgia de variedade perdida".
“Sempre comi quando tive fome. Vivi solidão
confortavelmente.
E, duas ou três vezes na vida, encontrei uma pessoa que quase
me compreendeu”.
Oh tragédia da “vida aos bocados”, que nos condena à
recorrente!”.
Um simples exemplo de recorrência na vida cotidiana, de todas as pessoas. A todo momento ,existe uma imensidão de pessoas fazendo compras em estabelecimentos comerciais. Qualquer pessoa para efetivar a compra de mercadorias, diante do caixa, a aritmética tem que estar presente, como um grau de recurso absoluto. No campo jurídico, o ato lícito também tem que estar presente. É muito comum na área jurídica falar-se em recursos, numa espécie de jogo "perde/ganha", "tentativas/erros", dependente das instâncias jurídicas. Na nossa mente também existem instâncias psíquicas que são ambíguas e contraditórias, dependentes das crenças/valores de cada pessoa.
No campo afetivo tudo é mais complexo e atuante de forma imperiosa e autônoma, sem nosso conhecimento. Estamos sempre recorrendo às nossas experiencias vivenciais do passado. Diante dos estímulos externos, as nossas reações são condicionadas pela a nossa história de vida pessoal e principalmente pelo nosso sistema de crenças/ valores.
Segundo Freud: "O adulto nada mais é do que o filho da criança que foi [...] O nosso passado está sempre atualizado no presente. Há sempre uma retroalimentação permanente". O que significa dizer porque somos condenados à recorrente.
Somos também seres livres para realizar nossas escolhas. Toda escolha implica numa perda, porque aquilo que foi escolhido pode ser uma recusa ou perda daquilo que não foi escolhido. Fazer uma escolha é uma tomada de decisão (de-cisão), o que quer dizer que toda escolha implica numa cisão.Assim disse um Filósofo: " O diabo é que entre 100 escolhas só posso fazer uma e as outras 99 ficam me perturbando". Neste sentido, há uma espécie de sensação de vazio semelhante à uma "nostalgia de variedade perdida".
CAIXA PRETA Roberto Lanza
04/052015
04/052015
domingo, 3 de maio de 2015
NÃO HÁ COMPLETUDE. EXISTE PARTILHA.
“Para
viver à dois, antes, é necessário ser um.”
Fernando Pessoa
Fernando Pessoa
Segundo Aristófanes, dramaturgo grego
(c.447 a.C. – c.385 a.C.), antigamente éramos seres andróginos e completos e
fomos separados em duas pessoas, por Zeus em um de seus ataques de ira. Desde o
dia em que fomos partidos em dois, procuramos a nossa “outra metade”.
Infelizmente, muitas pessoas ainda hoje veem num relacionamento a promessa de se tornarem “completas”. Nada mais equivocado do que esta ideia.
Não precisamos do outro para sermos completos, porque já somos completos. Trazemos dentro de nós tudo o que precisamos para viver. O outro deveria vir para COMPLEMENTAR e não para COMPLETAR. Deveríamos nos ver como seres inteiros buscando outros seres inteiros para juntos sermos melhores e mais fortes.
Enquanto tivermos esta ideia de metade, sempre procuraremos fora de nós as respostas que estão dentro de nós, sempre viveremos nos apoiando, nos escorando nos outros, dependendo de opiniões e manifestações de afeto e nunca conseguiremos estar verdadeiramente conosco pois sempre teremos um buraco dentro de nós e, os momentos que estivermos sós, terão gosto de vazio, de solidão.
Precisamos aprender a nos dar amor, atenção, cuidado, respeito, admiração, etc., pois se não fizermos isso, ficaremos esperando que o outro adivinhe, por iluminação divina, o que queremos e o que precisamos. Estaremos sempre cobrando das pessoas que estão conosco mais do que elas podem dar e estaremos sempre “quebrando a cara”, sempre nos decepcionando, até o dia em que passaremos a dizer que “não temos sorte no amor”.
Sorte ou Azar não existem dentro de um relacionamento. Existe maturidade afetiva, inteligência emocional, auto-estima e bom senso. É isto que vai fazer um relacionamento dar certo ou não.
Vale ressaltar, quando digo “dar certo”, eu não estou falando de um relacionamento que dure toda a vida (mesmo porque às vezes as pessoas arrastam um relacionamento que já acabou pela vida toda!) e sim de uma relação que valha a pena viver, independente de seu tempo de duração.
Transcrição do artigo original de: Dora Guiseline – 2006-2010. www.revolucione.com.br.
CAIXA PRETA Roberto Lanza
03/05/2015
Infelizmente, muitas pessoas ainda hoje veem num relacionamento a promessa de se tornarem “completas”. Nada mais equivocado do que esta ideia.
Não precisamos do outro para sermos completos, porque já somos completos. Trazemos dentro de nós tudo o que precisamos para viver. O outro deveria vir para COMPLEMENTAR e não para COMPLETAR. Deveríamos nos ver como seres inteiros buscando outros seres inteiros para juntos sermos melhores e mais fortes.
Enquanto tivermos esta ideia de metade, sempre procuraremos fora de nós as respostas que estão dentro de nós, sempre viveremos nos apoiando, nos escorando nos outros, dependendo de opiniões e manifestações de afeto e nunca conseguiremos estar verdadeiramente conosco pois sempre teremos um buraco dentro de nós e, os momentos que estivermos sós, terão gosto de vazio, de solidão.
Precisamos aprender a nos dar amor, atenção, cuidado, respeito, admiração, etc., pois se não fizermos isso, ficaremos esperando que o outro adivinhe, por iluminação divina, o que queremos e o que precisamos. Estaremos sempre cobrando das pessoas que estão conosco mais do que elas podem dar e estaremos sempre “quebrando a cara”, sempre nos decepcionando, até o dia em que passaremos a dizer que “não temos sorte no amor”.
Sorte ou Azar não existem dentro de um relacionamento. Existe maturidade afetiva, inteligência emocional, auto-estima e bom senso. É isto que vai fazer um relacionamento dar certo ou não.
Vale ressaltar, quando digo “dar certo”, eu não estou falando de um relacionamento que dure toda a vida (mesmo porque às vezes as pessoas arrastam um relacionamento que já acabou pela vida toda!) e sim de uma relação que valha a pena viver, independente de seu tempo de duração.
Transcrição do artigo original de: Dora Guiseline – 2006-2010. www.revolucione.com.br.
CAIXA PRETA Roberto Lanza
03/05/2015
sábado, 2 de maio de 2015
NATUREZA E CULTURA
Ao nascer, o homem só tem de homem o status de animal vivo. Como tal, não passa de um ser de necessidades. Para conquistar sua identidade, será preciso que se torne ser de desejo, isto é, consciência desejante ou consciência de si (Freud).
Esse desejo provém da
falha, da impossibilidade de que o outro o entenda plenamente ou mesmo que
atenda totalmente sua demanda de amor inesgotável, portanto, impossível de ser
atendida (retorno ao estado originário).
Na verdade, o "desejo
humano, por não ser natural, é fundamente estruturado como desejo de desejo do
outro" (Lacan). Assim, o que o sujeito deseja é possuir o desejo do outro o que é
impossível, já que desejar é atestar que se está em falta, que é uma condição
própria de todo ser humano. Falta, porque ele se julga incompleto.
A ilusão de completude é uma fantasia que nos leva a crer que possuímos o desejo do outro, mas na realidade, quer queiramos ou não, o desejo do outro sempre nos escapa, em função da singularidade de cada indivíduo. Eu consigo ver os olhos do outro semelhante, mas jamais consigo entender o seu olhar, bem cono o seu desejo e qual o seu julgamento sobre mim. Em razão disso, quando dois humanos se encontram há sempre uma interpelação e uma necessidade de reconhecimento recíproco, para a autenticação de cada existência, Coisas são coisas e pessoas são pessoas. Estamos sempre inseridos numa espécie de "aquário". Segundo Freud, as relações humanas não se dão de ser para ser, mas sim de ser de falta para ser de falta.
A ilusão de completude é uma fantasia que nos leva a crer que possuímos o desejo do outro, mas na realidade, quer queiramos ou não, o desejo do outro sempre nos escapa, em função da singularidade de cada indivíduo. Eu consigo ver os olhos do outro semelhante, mas jamais consigo entender o seu olhar, bem cono o seu desejo e qual o seu julgamento sobre mim. Em razão disso, quando dois humanos se encontram há sempre uma interpelação e uma necessidade de reconhecimento recíproco, para a autenticação de cada existência, Coisas são coisas e pessoas são pessoas. Estamos sempre inseridos numa espécie de "aquário". Segundo Freud, as relações humanas não se dão de ser para ser, mas sim de ser de falta para ser de falta.
Desse modo, o sujeito
está desde sua origem referida ao outro, que pela via da palavra, único meio de
intercâmbio, presentifica a cultura.
Lidar com a questão da natureza
e da cultura é muito antagônico e paradoxal:
"Não há possibilidade de
sobrevivência sem o todo, sem o uno. Conviver com a dualidade é uma condição de
vida ou morte. Se a mente se caracteriza por ser dual, por separar, dividir,
confrontar, julgar, destacar, essa mesma mente jamais poderá apreender a
realidade se esta for molar, global, una ou se pelo menos for ´´não-dual``.
Sendo a mente dual , e sendo a dialética
um processo puramente mental e que consiste em analisar ou procurar
apreender a realidade através da mente, a própria dialética está condenada, pela natureza do instrumento
mental que escolheu, a oscilar constantemente entre um homogêneo e um
heterogêneo, impossíveis de absolutizar pelo fato de o próprio instrumento,
autor desta oposição, ser, ele mesmo, feito de energia" (Pierre Weill).
Há
na sociedade um grupo determinado de fenômenos com caracteres nítidos que se
distinguem daqueles estudados pelas outras ciências da natureza. O que quer
dizer que se todos os fatos fossem sociais, a Sociologia não teria objeto
próprio e seu domínio confundiria com o da Biologia e da Psicologia.
Quando o homem nasce é lançado fora de uma situação que era definida, tão definida como os seus instintos, para uma situação indefinida, incerta e exposta. Somente há certeza com relação ao passado – e, quanto ao futuro, apenas com relação à morte. O homem é dotado de razão: é a vida consciente de si mesma: tem consciência de si mesmo como entidade separada, a consciência do seu curto período de vida, do fato de haver nascido sem ser por vontade própria e de ter de morrer contra sua vontade. Somos condenados a "sermos dois para sermos um só".
O mundo simbólico já pré-existe antes do nascimento de qualquer ser humano, dotados de padrões de comportamentos, sistema financeiro, mundo jurídico, religião, estabelecimentos de ensino e conhecimentos de ordem empírica, científica, filosófica, teológica, etc., bem como de uma infinidade de outros condicionamentos. Esse mundo simbólico também denominado “O cosmo humano” rege a sua conduta e, sobretudo a sua submissão e a sua subversão.
Ao ter que se adaptar nesse chamado “cosmo
humano” produto do mundo exterior, dentro de um contexto aleatório e
impositivo e formando uma espécie de “computador singular”, a maneira de agir e de pensar do homem torna-o uma consciência diferenciada das demais consciências
individuais. É preciso entender que a subjetividade, sendo uma condição de
singularidade de cada um, não permite comunhão de idéias e tudo mais, somos
obrigados a acatar as diferenças e suportá-las mesmo.
Se não me submeto às
convenções e tradições culturais existentes violando as leis do direito, a
consciência pública, pela vigilância que exerce sobre os cidadãos e pelas penas
que tem legitimadas ao seu dispor, reprime todo ato que a ofende, até mesmo
aqueles de efeitos menos danosos como, por exemplo, sair nu pelas ruas da
cidade, apesar da coerção ser menos violenta, não deixa de existir.
O comportamento humano está definitivamente
inscrito na cultura que o gerou. Desta forma, seu modo de agir e de pensar é
dotado de um poder imperativo e coercitivo, quer ele queira quer não. Os
atributos da singularidade de cada um fazem com que o indivíduo adote
comportamentos peculiares com tendências compulsivas de repetição, em sintonia
com a cultura que o gerou, incluindo-se os princípios éticos e a força do
caráter introjetado. Esses atributos
impõem ao indivíduo uma conduta que pode ser adaptativa por aceitação ou
rejeição, forçando-o a respeitá-los ou transgredi-los, constituindo-se atos
lícitos ou ilícitos em coerência com os ditames dos costumes e dos padrões
aceitos pela sociedade. A cidadania exercida pelo indivíduo está inserida na
consciência pública num contexto de liberdade ou de submissão, cabendo a cada
um decidir o que mais lhe convém, de conformidade com o seu livre arbítrio.
Mas, qualquer que seja a sua conduta, a vigilância da consciência social
coletiva pertinente, não deixa de existir.
Assim, o homem desnaturou-se e colocou a sua identidade na linguagem tornando-se um eterno insatisfeito, sempre em busca de sua reintegração existencial..
02/05/2015
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