Para nós chegarmos ao ser, “eu sou”, esse sou ganha autenticidade quando ele é energizado com um constante estar. O estar é a mola mestra, é a mola essencial, central para um legítimo ser. Nós temos que ter essa ótica bem definida, com identificação plena com os objetivos bem situados e bem selecionados, sempre reciclados e observados. Todas as vezes que nós queremos transformar o estar num ser, entramos em frustração.
É necessário aprender a sair da frente do espelho e ver o outro semelhante com os olhos da alma. Quem não “sabe dizer eu”, nunca saberá dizer “você”. Infeliz daquele que não sabe que não sabe e nem sequer quer saber. Assim, ele nunca saberá se responsabilizar pela sua vida. Ora! Não se vive da vida, vive-se a vida.
A visão do mundo com os olhos do ego é cheia de equívocos e um depósito de mal entendidos, uma vez que o ego é uma criação do imaginário humano e não é senhor em sua própria casa, como disse Freud. Além disso, ele é um excelente especialista em boicotar a realidade com muita habilidade.
O estar no mundo de cada um, é apenas uma forma de perceber a realidade de acordo com sua realidade psíquica. Quantos engodos! Quantos equívocos!
A fantasia é que é responsável pelo enquadramento da relação do sujeito com a realidade: sua janela para o mundo. É dela que o sujeito tira, ilusoriamente, a segurança do que fazer diante das situações que a vida se lhe apresenta. O sofrimento leva o sujeito a “pro – curar” tratamento apropriado, visando tirá-lo da sua naturalidade inconsciente e da sua artificialidade consciente, para a assertividade existencial, o que exige um percurso longo e sinuoso.
CAIXA PRETA Roberto Lanza
15/08/2020
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